Combate ao Aedes aegypti: imóveis abandonados preocupam moradores na Federação

Em tempos nos quais as pessoas são orientadas a ficar em casa, como uma das medidas adotadas para combater o avanço do novo coronavírus, outra ameaça à saúde também preocupa: o número alto dos casos de arboviroses em Salvador – doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo números mais recentes fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), somente no primeiro trimestre deste ano 2.344 casos foram notificados, dentre eles 1.533 registros foram de dengue, 661 de chikungunya e outros 150 de zika vírus.

Para moradores da rua Professor Severo Pessoa, no bairro da Federação, na capital baiana, a necessidade de permanecer nas residências se torna mais difícil ao ter que conviver com inúmeros focos do mosquito na região. A situação é mais grave pelo número de imóveis fechados e abandonados no local, que contam com pouco ou nenhum retorno dos proprietários para a realização de limpeza ou eliminação de possíveis criadouros. Conforme o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), a Federação possui um índice elevado de infestação – acima de 3%.

Arrombamento de casas

Uma série de medidas para o combate ao mosquito Aedes aegypti foram anunciadas pelo prefeito ACM Neto e pelo secretário municipal de Saúde, Léo Prates, no dia 13 deste mês. Em relação aos imóveis abandonados, considerando que a maioria dos focos de desenvolvimento de larvas está nas casas, eles declararam que, com amparo legal, as casas poderiam ser arrombadas e limpas, com a conta sendo repassada para o proprietário.

Sobre a casa denunciada pelos moradores da Federação, a assessoria de comunicação da SMS informou que o imóvel foi inspecionado na última terça-feira, 17, com mais duas outras casas que estavam trancadas. Tal medida ocorreu quando foram esgotadas as tentativas de localização dos proprietários. Um chaveiro contratado pela prefeitura abriu as portas das propriedades para o trabalho dos agentes do CCZ e da Guarda Civil Municipal (GCM).

Uma nova visita de inspeção deve ser realizada em cerca de dois meses. Durante esse período, permanecerá a tentativa de contato com os donos dos imóveis para que eles cuidem das edificações. Sanções e penalidades poderão ser aplicadas aos proprietários dessas casas.

Conforme dados de janeiro do Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), o Índice de Infestação Predial (IIP) em Salvador é de 2,3%. Isso indica que, a cada 100 imóveis visitados, pelo menos em dois existem criadouros. Por isso, parte do combate ao mosquito ainda está nas mãos da população, com a eliminação dos focos que acumulam água parada e limpa.

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