Podcast Arquivo S mostra o machismo da primeira lei educacional do Brasil

No Mês da Mulher, o podcast Arquivo S — O Senado na História do Brasil mostra que a primeira lei educacional do país limitava o conteúdo escolar que as escolas do Império podiam ensinar às meninas. O novo episódio do podcast está no ar desde domingo (15). Aprovada em 1827, época de dom Pedro I, a lei estabelecia que, nas aulas de matemática, as garotas veriam somente as quatro operações básicas, ao passo que os garotos iriam mais longe e aprenderiam também geometria, frações, números decimais e proporções.

Antes de entrar em vigor, a lei foi debatida e votada no Senado. De acordo com documentos históricos do Arquivo do Senado, muitos senadores apoiaram o encolhimento do currículo das meninas sob o argumento de elas teriam menos capacidade intelectual do que os meninos e não conseguiriam entender conceitos complexos de matemática.

No episódio de março, o podcast também mostra que, para os senadores do Império, a escola não tinha como missão capacitar as meninas para se tornarem profissionais qualificadas no futuro, mas sim educá-las para virarem boas mães de famílias. Por isso, a lei educacional que o Senado e a Câmara aprovaram em 1827 estabeleceu que as garotas também aprenderiam “prendas domésticas”, isto é, corte, costura e bordado.

Para explicar o contexto histórico e o significado dessa lei, o novo episódio do Arquivo S conta com a participação do historiador André Paulo Castanha, que é autor de estudos sobre a educação nos tempos do Império.

Todo dia 15, o Arquivo S apresenta um episódio diferente da história do Brasil. Para ouvir, basta fazer uma busca com as palavras “Arquivo” e “Senado” em algum agregador de podcast ou aplicativo de streaming de áudio.

O Arquivo S é resultado de uma parceria entre a Rádio Senado, a Agência Senado, o Núcleo de Mídias Sociais e o Arquivo do Senado e também está disponível como reportagem escrita (publicada na primeira segunda-feira de cada mês no Portal Senado Notícias) e livro ilustrado (editado todo ano e liberado para download gratuito no site da Livraria do Senado).

Fonte: Agência Senado

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