Hospital Regional Costa do Cacau realiza primeira captação de múltiplos órgãos em 2020

Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), atualizados em outubro de 2019, apresentaram que 1.545 pacientes aguardavam na lista de espera para transplantes de órgãos em território baiano. No Brasil, a estimativa é de que mais de 40 mil pessoas estão na fila de transplante, segundo o Ministério da Saúde.

Atenta a essa realidade estadual e nacional, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC), em Ilhéus, realiza um amplo trabalho de conscientização com familiares de pacientes diagnosticados com morte encefálica.

No último domingo (08), o HRCC realizou a primeira captação de múltiplos órgãos em 2020. A equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros, junto com o CIHDOTT, acompanhou a família do paciente, esclareceu e sensibilizou a mesma sobre a importância da doação, o que resultou na autorização para o procedimento de captação dos órgãos.

Este ano, o HRCC já havia captado quatro córneas. Nesse último procedimento, a equipe do hospital realizou a captação de fígado, rins e córneas, órgãos que podem possibilitar uma nova expectativa de vida, em média, a cinco pacientes possíveis receptores.

De acordo com Ronaldo Vital Pereira, enfermeiro coordenador do CIHDOTT do HRCC, quando há a suspeita de morte encefálica do paciente, a equipe multidisciplinar e o CIHDOTT avaliam o caso. A partir desse momento são feitos os exames clínicos, teste de reflexos de todo o organismo, sem pretensão da captação de órgãos em si.

O coordenador assegura que, depois desse processo avaliativo, a família começa a acompanhar os desdobramentos. “Chamamos os familiares e falamos sobre o quadro clínico, comunicamos que vamos abrir um protocolo de morte encefálica, baseado na legislação vigente. A família tem todo o direito de acompanhar, saber de tudo que acontece e, a partir de então, cabe única e exclusivamente a ela, legalmente, a autorização ou a negativa da doação de órgãos”, relatou.

Ronaldo Pereira ainda lembrou a importância da parceria externa da Organização de Procura de Órgãos (OPO) Sul de Itabuna, a coordenadora Silvana Batista e Luciana Alves e o suporte da entidade ao CIHDOTT do HRCC. O enfermeiro também agradeceu em especial às famílias dos pacientes doadores que possibilitam a esperança de outras pessoas possíveis receptores de órgãos.

Para o médico Almir Gonçalves, diretor assistencial do HRCC, a história dos transplantes no mundo, é com certeza, de sucesso. Construída por inúmeras tentativas, conquistas, perdas, desilusões e satisfação. Atualmente, o termo doador falecido parece mais adequado e seu uso tem sido estimulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nas assembleias mundiais.

O diretor assistencial disse que no Brasil, os transplantes de iniciaram-se na década de 1960 e em 1997, os transplantes foram, por fim, regulamentados em todo o território nacional, por meio da Lei No 9.434/1997, Decreto nº 2.268. “Devido ao excelente trabalho realizado pela equipe multidisciplinar do Hospital Costa do Cacau, mais uma captação foi realizada com êxito, possibilitando a reabilitação de inúmeros enfermos e promovendo um clima de satisfação irradiante dentre os pacientes, familiares e equipe assistencial”, concluiu. (Ascom HRCC)

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