Com centenas de projetos, sessões especiais e conquistas para Salvador, Ireuda Silva encerra um dos anos mais produtivos do mandato

Com 297 projetos protocolados, entre leis, indicações, requerimentos e moções — vários deles aprovados — diversas sessões especiais e audiências públicas, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos) encerra 2019 como um dos anos mais produtivos do seu mandato.

Já no início do ano, a republicana foi um dos destaques na capa da revista “Raça” de janeiro, ao lado de sete outras personalidades negras, incluindo a escritora Conceição Evaristo, os cantores Projota e Flávio Renegado, o editor Maurício Pestana e o jornalista e apresentador Thiago Oliveira. De acordo com a publicação, a escolha dos destaques deveu-se à “considerável relevância [dos homenageados] ao longo do último ano e, certamente, farão ainda mais a diferença em 2019”.

No Carnaval de Salvador, a vereadora, junto com a comissão, colocou nas ruas a campanha “Meu corpo não é sua fantasia”, levando informação e alertando para o assédio sexual e outras formas de violência contra a mulher. O projeto esteve presente nos principais circuitos da folia com distribuição de panfletos, cartazes e faixas.

“Estamos muito satisfeitos com a evolução da campanha nesses primeiros dias de Carnaval. Já passamos por praticamente todos os circuitos, e a aceitação que temos visto tem sido excelente. As pessoas têm demonstrado que entendem a importância de debater esse tema e estão aderindo à causa, ajudando inclusive a divulgar nosso material e nossas informações”, avaliou Ireuda à época.

Também pela comissão, em março, mês da mulher, foi realizada uma sessão regimental no Plenário Cosme de Farias. Com o tema “Feminicídio – O impacto causado à sociedade e os caminhos para eliminação”, o evento reuniu representantes do Poder Público, ativistas e vítimas de agressões.

Ireuda apresentou ainda um importante projeto que visa garantir a liberdade de crença e de expressão. O objetivo é proibir a ridicularização e o vilipêndio da religião cristã em manifestações culturais em Salvador. “Todas as religiões e crenças sofrem discriminação no Brasil e precisam ser respeitadas. A liberdade religiosa é um direito que nos é garantido pela Constituição, que também assegura o livre pensamento. Mas a liberdade de expressão não pode ser confundida com ofensa ou permissão para agredir o outro, principalmente em eventos e locais públicos”, argumentou a republicana.

2019 também foi o ano da edição de maior sucessão e repercussão do Prêmio Maria Felipa, concedido a mulheres negras que lutam contra o racismo e pela autoafirmação. Com biografias ricas, lidas durante o evento, cada uma das 24 homenageadas na edição de 10 anos da honraria discursou sobre suas respectivas trajetórias, ressaltando a importância de enfrentar os obstáculos impostos pelo machismo e pelo racismo institucional, o que dificulta a conquista de espaço e voz pelas mulheres – sobretudo as negras – na sociedade. Foram premiados nomes como Maria Angela, diretora da Netflix Brasil; a atriz e produtora Maria Gal; Cristiane Brito, da Guarda Municipal de Salvador; e Rita Brito, coordenadora do movimento Novas Felipas.

Ireuda também indicou ao prefeito ACM Neto (DEM) a criação do “Apito Salvador” para coibir e alertar para casos de violência. A ideia do “apitaço” surgiu na Colômbia e já é adotada em estados brasileiros como Tocantins, Goiás e Pernambuco. “O mecanismo é simples: se uma mulher sofrer qualquer tipo de violência, dá o sinal com um apito, que tende a alertar as pessoas em volta e inibir a ação do agressor. Depois da medida, houve reduções significativas no número de espancamentos, mortes e até ameaças em Recife, por exemplo. É uma medida simples, que pode parecer fútil, mas que cumpre um importante papel: mobilizar o entorno da vítima”, diz a justificativa da matéria.

Já no mês das crianças, a festa na comunidade de Jardim Nova Esperança manteve a tradição e o costume de conduzir ações em prol dos moradores da localidade. Como nos anos anteriores, a republicana e sua equipe organizaram a distribuição de kits com brinquedos e doces. Houve também atividades lúdicas com as crianças, shows humorísticos, pula-pula e uma série de outras brincadeiras que abrilhantaram a data considerada de grande importância pela vereadora.

“A criança é um ser especial e precisamos fazer com que ela se sinta dessa forma. Nesse país tão desigual, com tanta pobreza e violência, com crianças sendo mortas como se fossem bandidos, festejá-las nesse dia é uma atitude que simboliza a importância de cuidar dos pequenos para garantir o futuro da sociedade”, avaliou Ireuda. “Sem falar que a infância é uma fase de absoluta vulnerabilidade, suscetível às mais variadas formas de abusos e cujas experiências podem marcar para sempre a nossa personalidade”, acrescenta a republicana, acrescentando que, mais uma vez, se sentiu “realizada, compartilhando a felicidade irradiada naquele rápido momento”.

Por ocasião do Outubro Rosa, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara de Salvador, por meio da presidente Ireuda Silva, lançou a campanha “Vernissage Mulheres de Peito” com o objetivo de conscientizar sobre o câncer de mama e a importância de exames preventivos. Uma das ações foi uma exposição fotográfica de autoria de Leone Serafim. A mostra ficou disponível entre os dias 22 e 31 de outubro, no piso L1 do Salvador Shopping. No dia 29, às 18h30, no auditório acontece uma roda de conversa com as vereadoras da comissão. O projeto contou com parceria do Ivecan (Instituto Vencendo o Câncer) e a Associação Mulheres Notáveis.

2019 também marcou o lançamento do programa “Forte por Ser Mulher”, transmitido ao vivo nas redes sociais da vereadora. Uma das principais edições foi ao ar em novembro e debateu a estética afro e como ela é um dos primeiros e principais alvos do racismo estrutural na sociedade brasileira. A convidada desta edição foi a ativista Naira Gomes, uma das fundadoras da marcha do Empoderamento Crespo, que luta contra a discriminação ressaltando elementos visuais característicos da população negra.

“A estética dói. No ‘não’, na exclusão, no ‘você é feia’, no ‘você não serve para esse trabalho’. Tem a dificuldade ideológica. De como dizem que estética é besteira. O Brasil exercita um racismo fenotípico, de aparência, de imagem. Se você chega num espaço, de qualquer forma como negro, é tratado como negro. Logo entendem que você é sujo, marginal, incapaz, é tudo isso. A marcha tem uma conquista muito grandiosa que é oferecer mecanismos para ressignificar isso”, avaliou Naira.

Já neste fim de ano, a Câmara Municipal de Salvador (CMS) aprovou por unanimidade dois projetos de indicação de Ireuda Silva (Republicanos). Um deles sugere ao prefeito ACM Neto a criação do Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra da Mulher Soteropolitana – SIMM Mulher. Um dos principais objetivos é inserir cada vez mais mulheres no mercado de trabalho, ajudando a movimentar e a dinamizar a economia de Salvador, que ainda conserva altos índices de desemprego.

Ireuda lembra que as mulheres constituem uma parcela vulnerável da sociedade no quesito emprego. Vítimas do machismo, são muitas vezes preteridas em seleções e ganham menos que os homens, mesmo quando possuem qualificação igual ou superior. “Buscar diariamente políticas que corrijam essas distorções é um desafio e um dever de todos que ocupamos funções representativas. Penso que esse projeto também pode beneficiar muito as mulheres negras, que são maioria em nossa cidade e, além de tudo, sofrem com o racismo e a exclusão”, diz a republicana.

O outro sugere a criação, na Guarda Civil Municipal, da Patrulha Especializada de Defesa da Mulher (PEM), com o intuito de promover rondas e atuar de forma efetiva na proteção e no combate à violência contra a mulher.
Além dos avanços enumerados, Ireuda tomou posse como secretária do Mulheres Republicanas de Salvador. Para a republicana, a nova função é uma honra, e também mais um desafio que assume em sua história de vida, em grande parte dedicada à luta por mais empoderamento, mais direitos e contra o machismo. “Assumir esse novo espaço é também mais um reforço ao nosso mandato e mais uma forma de representar a voz das milhares de mulheres da nossa cidade, que a cada dia vê crescer os números de violência doméstica, psicológica e sexual. Agradeço ao Republicanos, meu partido, ao deputado Márcio Marinho pela oportunidade, e à vereadora Rogéria Santos, pelo excelente trabalho que realizou até momento à frente do Mulheres Republicanas”, diz Ireuda.

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