Grupo de extrema-direita assume ataque ao Porta dos Fundos

Integrantes de um grupo de extrema-direta assumiram o atentado contra a produtora do Porta dos Fundos, que ocorreu na madrugada de terça-feira (24/12), véspera de Natal, em Humaitá, no Rio de Janeiro. Em um vídeo, que começou a circular nesta quinta-feira (25/12) na deep web, três homens encapuzados aparecem afirmando que o ato “buscou justiçar o povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica”.

O prédio onde fica a produtora foi atacado com coquetéis molotov. De acordo com informações da empresa, o incêndio não se espalhou pelo local por ter sido contido por seguranças.

No vídeo, os homens aparecem com os rostos cobertos por balaclava, com símbolos integralistas (nacionalistas) no braço e uma bandeira do Brasil da época do império sobre a mesa. Imagens de um prédio sendo atacado, semelhante ao que abriga a produtora, são exibidos. As vozes foram editadas para dificultar o reconhecimento.

O grupo se auto intitula de Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Família Integralista Brasileira. “Temos o prazer de declarar que as inquietações advindas do espírito popular hoje foram parcialmente satisfeitas. O Porta dos Fundos resolveu fazer um ataque contra a fé do povo brasileiro se escondendo atrás do véu da liberdade de expressão”, diz um trecho da mensagem.

No vídeo é possível perceber o momento em que os coquetéis molotov são jogados por cima do muro e as chamas se espalham pelas paredes do edifício. As críticas ao canal Porta dos Fundos começaram após a publicação do Especial de Natal do Porta dos Fundos, em que são feitas sátiras a personalidades bíblicas, como Jesus e Maria. O fundador do cristianismo é retratado como homossexual e sua mãe, Maria, como usuária de drogas, na série. “Hoje, a sede do Porta dos Fundos foi justiçada. Uma vez que a Justiça brasileira, a modo de judas, vendeu uma sentença ilegal a favor da Netflix, uma corporação bilionária”, completa um dos homens na gravação.

A Deep Web é uma camada profunda da internet, onde só é possível acessar por meio de links direcionados especificamente para a página que se defesa visitar. Ou seja, não é comum a realização de buscas de conteúdo por meio de portais específicos, como se faz na internet comum.

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro recebeu imagens que mostram a ação dos suspeitos e a Polícia Civil investiga o atentado. O grupo que assumiu autoria é o mesmo que queimou bandeiras antifascismo na Universidade Federal do Rio (UniRio), no ano passado.(Correio Braziliense) Foto: Reprodução

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