Certamente é um dos lugares mais diferentes de Salvador. Por lá, o verde e o concreto convivem em total harmonia, é uma mistura de argamassa com pré-moldado, conversando diretamente com textura e a assimetria de suas janelas, janelas que leva nosso olhar para Baía de Todos os Santos, claro! Coisa que somente Lina Bo Bardi fez como ninguém.
A Casa já emprestou seu endereço para o famoso restaurante Zanzibar e algumas exposições, hoje sua administração é feita pela Fundação Gregório de Matos e na maior parte do tempo permanece fechada. Fica localizada no Centro Histórico, sua entrada é ao lado do museu da Misericórdia e o fundo da prefeitura (um bequinho) que te leva p Ladeira da Misericórdia. Soube que ela serve de “rota de fuga” para nosso prefeito sair de fininho, quando não quer ser visto. A Casa é literalmente uma obra de arte, estudo de diversos arquitetos do Brasil e fora dele. Pena que o abandono tem sido seu fiel companheiro, seguido do lixo, umidade, descaso. Uma grande pena.
Você deve ta se perguntando como é visitei, não é? MILAGRE!
Outro dia do nada, nadinha, no horário do almoço passei por lá. Sem muita esperança, perguntei o rapaz da guarita (na entrada) se podia visitar, recebi um NÃO sem dó, voltei trabalhar.
Não satisfeita, no final da tarde, voltei! Por sorte, encontrei um pessoal (arquitetos do México, Portugal, Canadá) aguardando alguém da Fundação, aproveitei e fui. Estava no lugar certo, na hora quase certa (pois foram 40 minutos com o sol batendo na cabeça, esperando o querido).
Resumo da ópera:
A Casa fica fechada, mas não custa nada se estiver de bobeira pelo Centro Histórico, região do Elevador Lacerda e passar na guarita perguntar se tá
aberta, vai que rola! Salvador esconde tesouros inimagináveis e que são nossos também.
Eu sou @fagnasantos, jornalista e te convidando a conhecer uma Salvador além dos postais
