Ir e não olhar para trás, nunca mais – Por Juliana de Oliveira*

Deságua tantas em mim, que mal sei qual personagem vou usar amanhã de manhã.
Criei muitas, me escondi de todos e agora não sei mais quem sou.
A minha razão tem argumentos fundados em minhas amarguras, mas a minha emoção quer me resgatar.
Tenho medo de sofrer, não quero chorar, mas sinto que me perdi.
Preciso me encontrar.
Talvez, eu tenha que dizer a mim mesma, o quão sacana tenho sido, com a minha real versão.
Usei as máscaras dos outros e moldei as minhas. Sou resultado daquilo que me magoou e devolvi a tantos na mesma moeda, que em momento algum, me dei conta que a maioria não merecia.
Os meus descasos, minhas ausências, meu sabor amargo, frente a delicadeza e cuidado, que um dia a mim foi ofertado.
Mas, desprezei.
Retomo hoje ao meu encontro e não sei o que vou encontrar. Parei de dizer que não sinto, que sou forte e nada quero com o amor. Reconheço que quero carinho, afeto e paz.
Parei de negar, aquilo que me faz chorar. Chorei, gritei e aliviei.
Aos que eu machuquei, desculpem-me.
Aos que me machucaram, esqueçam-me.
Em cada passo dado, me encontro e não quero caminhar olhando para trás, nunca mais.

*Psicóloga Juliana de Oliveira
@consultóriojulianadeoliveira

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