PSOL aciona STF pela regulação do imposto sobre grandes fortunas

Taxação está prevista na Constituição Federal. Há 31 anos o Congresso Nacional se omite de aprovar lei complementar para implantá-la.

O PSOL – Partido Socialismo e Liberdade ajuizou hoje, 2/10, no STF (Supremo Tribunal Federal) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) pela falta de regulação do imposto sobre grandes fortunas pelo Congresso Nacional.

“O Artigo 153 da Constituição Federal prevê sete impostos federais. Todos estão regulados, menos o do Inciso VII, que incide sobre grandes fortunas. Ou seja, há 31 anos nosso parlamento deixa de dar eficácia a uma ordem constitucional”, afirma Juliano Medeiros presidente nacional do partido.

O Brasil é um dos países com os maiores índices de desigualdade socioeconômica do mundo, notadamente em matéria tributária. De acordo com pesquisa recentíssima realizada pela Urbach Hacker Young International Limited, o País cobra 32% a menos de impostos sobre a alta renda, em comparação com os países do G7, ou seja, os sete países mais industrializados do mundo. Isso porque a alíquota máxima de taxação da renda no Brasil é de 27,5%, enquanto que nos países do G7 ela é de 47,9% ao ano.

No que diz respeito à tributação sobre o consumo, a taxação representa 48% de todos os impostos recolhidos no Brasil, enquanto que na média da OCDE, grupo que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo, ela é de 33% e nos Estados Unidos de apenas 18%.

O imposto sobre grandes fortunas é um mecanismo eficiente de enfrentamento às desigualdades sociais. O PSOL propôs esse recurso no debate da reforma da previdência e continua defendendo no da reforma tributária. “Precisamos dissipar essa cortina de fumaça que esconde os reais motivos da nossa crise socioeconômica. A solução é óbvia. É imoral manter esse sistema tributário arcaico, que privilegia os mais ricos e sobrecarrega os mais pobres”, salienta Medeiros.

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