Encenação e saúde mental sobem ao palco da Casa do Benin

Das sacadas do prédio histórico que sedia a Casa do Benin, no Centro Histórico, os atores já anunciavam, na manhã desta quinta-feira (26), o início do espetáculo que mistura poesia, memória e dramatização. O “Poeseu – Quando a Poesia Invade o Museu”, como o próprio nome diz, adentrou as portas do espaço, gerido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), e executou encenações em diversos locais. A atividade integra a programação do Festival da Primavera deste ano, e é uma produção da companhia teatral “Os Insênicos”, formada por pessoas com transtornos mentais.

No repertório do espetáculo estão, além de poemas de autores e autoras consagrados, a exemplo de Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, músicas do cancioneiro popular brasileiro como “Será”, da banda Legião Urbana, e “A Morte do Vaqueiro”, de Luiz Gonzaga.

Para a diretora do espetáculo, Renata Berenstein, essa é uma oportunidade de dialogar com o público, com o equipamento e com a estação do ano. “A ideia é trazer o público para conhecer essa casa. Para isso, montamos um sarau e convidamos as pessoas para percorrer diferentes espaços, ouvindo poesias e músicas”, disse. “A gente pegou o mote da poesia para brincar com essa coisa da primavera, como uma linguagem para expressar esse momento de renovação”, completou Renata Berenstein.

Essa é a primeira vez que o grupo faz uma encenação aberta. Os Insênicos têm quase uma década de existência e é residente da Casa do Benin há dois anos. A iniciativa de usar o museu como “palco”, segundo Renata Berenstein, partiu do desejo de mostrar que espaços de memória podem ter outros usos.

Foto: Bruno Concha

SECOM

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