Casa do Benin oferece oficina de etnogastronomia durante a Flipelô

Quem compareceu à Casa do Benin na tarde desta sexta-feira (9) apreciou uma mistura de sabores inspirada na história e cultura africanas. A oficina etnogastronômica reuniu alunos com os mais diversos níveis de experiência em culinária, e foi ministrada pela chef Angélica Moreira. O evento fez parte da programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô).

Aproximadamente 15 pessoas participaram da oficina e produziram três entradas: bolsinha de Madagascar, salada criativa e caldinho de isú, feito da raiz conhecida por aqui como inhame. De acordo com Angélica, a proposta dos pratos é usar alimentos que temos fácil acesso, mas proporcionar uma nova roupagem além de combinar gostos que normalmente são pensamos em agregar.

“Eu costumo dizer que tenho sorte. Quando a pessoa se predispõe a me fazer participar de uma experiência como essa já vem com motivação, com vontade de fazer. Eu não trabalho com receita, trabalho com a etnomatemática que nós negros temos dentro de nós. Então aqui não seguimos medidas. E é isso que tento passar para os alunos que participam da oficina porque cada um tem seu sabor e seu tempero. Eu dou a ideia e cada um vai desenvolvendo”, detalhou.

Na bolsinha de Madagascar, por exemplo, ela usou a massa de pastel para fazer a trouxinha com recheio de frango para servir com um molho de tomate caprichado com pimenta dedo de moça e outras especiarias. Já no caldo de isú, a chef colocou os alunos para bater o inhame com pimenta e gengibre e levar ao fogo com leite de coco e outros ingredientes. Para servir, um ovo de codorna foi adicionado com cheiro verde para dar ainda mais sabor.

As salas que seguiram a proposta da criatividade misturaram alimentos do nosso cotidiano como couve, rabanete, pepino, cenoura, cebolinha e ricota, mas com formatos e apresentação fora do usual. Para arrematar, um molho diferente com azeite, vinagre, cenoura, ricota, hortelã e pimenta dedo de moça deram o toque que os vegetais precisavam.

Para a bibliotecária Daniele Brito, que mora em Seabra, compartilhar a experiência de produzir alimentos de forma coletiva foi única. “Amei participar da oficina. Tudo é um aprendizado. São termos que a gente desconhece, mas são alimentos conhecidos. E o tempero e as misturas fazem a gente pensar de uma forma diferente”, pontuou.

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