Documentário brasileiro mostra a tradição e a religiosidade do candomblé na Bahia

O respeito aos mais velhos e a sabedoria milenar africana, transmitidas de geração em geração através do culto aos orixás do candomblé, são tema do curta-metragem Do que Aprendi com Minhas Mais Velhas (2016, 26’, BA), dirigido por Fernanda Júlia Onisajé e Susan Kalik. A produção, que vai ao ar no dia 8 de agosto, quinta, às 22h, mostra o culto do candomblé, religião de matriz africana, em que as sacerdotisas ou yalorixás ensinam aos seus filhos, os iniciados na religião, o significado dos orixás – ancestrais africanos que passaram a serem cultuados como divindades após sua existência na terra. O documentário faz parte da faixa + Curtas, que tem por objetivo fomentar o audiovisual e abrir mais uma janela de exibição para filmes com até 30 minutos de duração, produzidos no Brasil e no exterior. Assista em: sesctv.org.br/aovivo.

Do que Aprendi com Minhas Mais Velhas aborda o fortalecimento de laços entre gerações, no processo de transmissão de saberes por meio de narrativas orais e ritos do candomblé, religião em que o aprendizado se dá por observação. “A gente brincava no mato sem medo. Subíamos nas árvores para colher cajá e sapoti, que usávamos para fazer nosso chiclete. Também fazíamos cozidos com para comer”, explica a makota Valdina de Kavungo, zeladora dos orixás. Segundo ela, foi assim que desde pequena, aprendeu a conhecer ervas, plantas e cozinhar.

Vencedor do Prêmio Aquisição SescTV 2018, concedido no Cine Baru Mostra Sagarana de Cinema, o documentário foi filmado nos terreiros de candomblé na Bahia. Imersa nesse ambiente, a produção também mostra o cotidiano dos filhos de axé e a familiaridade das crianças com os ritos, cantigas e comidas oferecidos aos orixás durante as festas e as homenagens realizadas nos terreiros.

A pequena Maria já sabe como extrair o leite de coco para fazer caruru, que é ao mesmo tempo considerado um prato típico nordestino e comida dos orixás. Tauã já aprendeu a escolher o feijão, ingrediente usado em alguns pratos oferecidos aos orixás. Nathaly é uma das meninas que brincam no terreiro. Ela chama atenção por suas roupas coloridas e o fio de contas que ganhou de sua mãe. “Eu sei quem é Iansã, ela se veste bonito, de vermelho. Também é dona dos raios e da alegria”, diz. A garota explica que o candomblé é a religião de sua família e que, por isso, é uma alegria participar.

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados