Baú de memórias – Por Juliana de Oliveira*

As lembranças me trazem o ar quente do seu sussurro, dizendo-me: eu quero você. Aquela noite estávamos surpresos com a descoberta das línguas lascivas e libidinosas. Pareciam íntimas, mas era a primeira vez que se cruzaram.
Olhares mais que penetrantes, invasivos. O toque era a personificação do toque a alma. Senti meu corpo alinhado ao seu, não tinhamos escolha, precisávamos sair dalí.

Tomados pelo desejo fomos, direção premeditada, seu corpo suado, insinuava nossa próxima condição. Nos livramos do mundo aquele dia, onde o mundo era um quarto de 10m2. O dia que vi nossos corpos encaixados no espelho como imã. Ligados na nossa frequência e sintonia. Nem mais, nem menos, estava perfeito. Saímos então, iluminados com os raios do sol, os olhares do público curioso, de mãos dadas como namorados que não fomos, felizes e extasiados com a surpresa da caixinha da vida. Desejosos pela concupiscência, anelo das almas, junção dos sentimentos.
Resta-me revirar o baú da memória, colar os pedaços dos sonhos, relembrar você.

*Juliana de Oliveira é psicóloga, apresentadora do programa Revista Dinâmica ( Rádio Hoje Brasil) e colunista do portal Repórter Hoje
Instagram: @eujulianadeoliveira

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