Estudantes de Salvador discutem empoderamento feminino e resistência negra

As discussões sobre empoderamento feminino, resistência negra e educação para as relações étnico-raciais marcaram esta sexta-feira (26) para os estudantes do Colégio Estadual Thales de Azevedo, localizado em Salvador. Durante o encontro ‘Fala, menina’ ocorreram apresentações musicais e de dança; declamação de poesias; e um debate envolvendo os estudantes do ‘Coletivo Crespo’, grupo que atua no combate do preconceito racial através da música e de rodas de conversa com jovens nas escolas.

Realizada em parceria com as secretarias estaduais de Políticas para as Mulheres (SPM), de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e da Educação, a iniciativa faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho.

O ‘Fala, menina’ teve a participação especial da rapper, professora de História, poetisa e modelo plus size Oyce Fernandes, conhecida como Preta-Rara, que falou da experiência pessoal na luta contra o preconceito racial e da atuação em movimentos negros e feministas. “Vir pela primeira vez em uma escola pública de Salvador é uma experiência muito enriquecedora. Fui professora por seis anos e voltar como artista, rapper, historiadora, sendo mulher preta, me dá mais estímulo para incentivar estes jovens a ocuparem os seus lugares de fato e a serem protagonistas de suas próprias histórias”, relatou.

Ex-estudante do Colégio Estadual Rômulo Almeida, Vanessa do Rosário, 19 anos, do Coletivo Crespo, declamou as poesias ‘Pai nosso’ e ‘Minha vivência’. “Comecei a escrever para externar as minhas dores e foi a partir das rimas que passei a me encontrar, a perder a timidez, a lutar contra o preconceito e a me valorizar enquanto mulher negra. E, hoje, dentro do coletivo ajudo a conscientizar outras mulheres”, afirmou.

Na ocasião, o secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, destacou a importância das discussões com os estudantes. “É muito emocionante participar de uma agenda com os jovens, pois eles estão construindo um momento muito diferente na vida deste país, em uma conjuntura marcada pela insegurança no que diz respeito às políticas públicas, aos direitos do povo preto, dos indígenas, das mulheres e dos LGBTs”.

Categorias: Noticias

Comentários estão fechados