Patrimônio Cultural do Brasil, Bembé do Mercado (BA) recebe ação de salvaguarda do Iphan

No próximo dia 25 de julho, a comunidade do município de Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano (BA) reviverá um dos momentos mais importantes da história local. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizará a apresentação pública do documentário sobre o Bembé do Mercado, registrado como Patrimônio Cultural do Brasil. O vídeo conta a trajetória da festa à liberdade realizada há 130 anos em Santo Amaro, sendo a primeira ação de salvaguarda do Iphan pós o registro, a de divulgar e promover a celebração afro-brasileira.

O diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Hermano Queiroz, ressalta que a preservação do Patrimônio Cultural é um dever coletivo. Porém, muitas vezes, há um desconhecimento de que a preservação deve ser compreendida como um pacto formado entre o poder público, sociedade e comunidades detentoras para a sua efetiva salvaguarda. “A difusão e valorização sobre o universo cultural do bem registrado é tão importante que constitui um dos eixos do Plano de Salvaguarda. É preciso promover o conhecimento sobre a riqueza cultural nacional expressa em manifestações locais que possuem saberes transmitidos de geração a geração, mantém uma continuidade histórica e fazem parte das referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira”, afirma.

A exibição pública marcada para às 18h no teatro Dona Canô é uma realização conjunta com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), que coordenou a pesquisa sobre a manifestação cultural.

O Bembé do Mercado

Todo dia 13 de maio, a celebração afro-brasileira Bembé do Mercado comemora o fim da escravidão e reforça a resistência dos povos negros. Os praticantes dessa expressão cultural que têm forte base na religiosidade popular de matriz africana reforçam que a festa é um culto às divindades das Águas representadas por Iemanjá e Oxum, sendo também momento de agradecer a proteção individual e coletiva.

O Bembé é como um balaio de história, cultura, arte e ação política que acolhe o melhor das expressões do Recôncavo Baiano. A capacidade inventiva e transformadora desta festa permitiu que ela sobrevivesse neste espaço por mais de um século, sendo um marco contra o passado escravagista. Por isso, sua relevância para a memória, a história e a cultura nacional. O pedido de Registro dessa celebração foi apresentado ao Iphan pela Associação Beneficente e Cultural Ilê Axé Ojú Onirè no ano de 2014.

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