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Campanha tem como objetivo principal alertar sobre os tipos e dores e fomentar o diagnóstico precoce para aumentar
as chances de cura

No Brasil, pouco se fala sobre o sarcoma, um tipo de câncer que pode acometer os tecidos moles, como músculo, gordura, tecido conjuntivo ou ósseo e que normalmente é diagnosticado tardiamente por falta de conhecimento sobre o tema. Os principais sintomas, que são dores no corpo, são comuns a outras doenças e lesões, e exames iniciais, como raio-X, podem não ser suficientes para o diagnóstico. O conhecimento é a melhor arma para identificar a doença ainda em suas fases iniciais. Qualquer nódulo do tamanho de uma bola de golfe – aproximadamente 4,3 cm, pouco maior do que uma bolinha de ping-pong – deve ser investigado por um especialista, pois pode ser um sarcoma.

Nos Estados Unidos, a Sarcoma Foundation of America promove a campanha Julho Amarelo, para incentivar o diagnóstico precoce, facilitando o tratamento e aumentando as chances de cura. Por aqui, médicos como a oncologista clínica Veridiana Camargo, especialista em sarcomas ósseos e de partes moles da clínica OncoStar e do ICESP – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, explica a importância da campanha para os brasileiros. “Os sarcomas são diagnosticados já em fases avançadas, porque não discutimos muito sobre o tema. Em crianças e jovens é ainda mais difícil encontrar a causa dos inchaços e dores no corpo, já que costumam ser muito ativas e se machucam brincando. Daí, um nódulo de sarcoma pode ser confundido com uma lesão simples”, destaca.

Existem mais de 50 subtipos de sarcoma. A nomenclatura do tipo de sarcoma depende do tecido em que ele se originou. Podemos chamar de lipossarcoma aquele que se origina no tecido gorduroso; leiomiossarcoma aquele que se origina no músculo liso (músculo que fica ao redor das alças de intestino e na parede de vasos sanguíneos); e rabdomiossarcoma o que se origina nos músculos estriados (responsáveis pela movimentação do corpo). Os exames principais para o diagnóstico são a tomografia ou a ressonância da região acometida.

“80% dos casos de sarcoma são em adultos, acima dos 40 anos, geralmente em partes moles. Já os outros 20% são diagnosticados em crianças e adolescentes, sendo os mais comuns os ósseos, como o osteossarcoma e o sarcoma de Ewing, e os rabdomiossarcomas, que ficam entre músculos e ossos”, explica.

Adolescentes com dores e edemas persistentes na região do joelho merecem uma atenção especial e investigação do caso com raio-X ou outros exames de imagem, o que ajuda no diagnóstico diferencial de tumores ósseos benignos e malignos. “Inchaço abdominal, muitas vezes sem emagrecimento associado, podem também indicar sarcoma. Também é importante ficar atento a sangramento nas fezes associado a anemia, pois pode ser um tumor gastrointestinal”, avalia a especialista

A incidência exata desse tipo de câncer no País ainda é desconhecida. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) não registra o total de pacientes acometidos por esse tipo de tumor. De acordo com Curado et al. Cancer Incidence 20071, estima-se que a incidência fique em torno de quatro a seis mil casos ao ano no País. Nos Estados Unidos, o número é ainda mais elevado – são 12 mil casos ao ano.

Famílias com síndromes hereditárias, como Li-Fraumeni e Neurofibromatose, devem ser acompanhadas com uma maior atenção pelo alto risco de desenvolver sarcoma, porém não existe exame preventivo.

“Havendo dor persistente em regiões do corpo, como coxas, joelhos e braços, é sempre importante tentar sentir se há presença de nódulo no local. Os exames indicados para um diagnóstico correto são tomografia e ressonância, mas, em alguns casos, o raio-X pode captar a presença do nódulo. Em suspeita dos sintomas, consulte um oncologista para que o tratamento seja iniciado o quanto antes”, finaliza a médica.

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