Novas formas de tratamento aquecem mercado de diabetes Caixa de entrada x

Para evitar complicações renais e cardiovasculares, além da mudança de hábitos de vida, paciente pode ter de a
medicamentos; saiba como eles agem

São Paulo, julho de 2019 – O número de brasileiros diagnosticados com diabetes aumentou 61,8% nos últimos dez anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016¹. A versão mais prevalente da doença, o diabetes do tipo 2 é uma epidemia mundial e se caracteriza por ser um sério problema de saúde pública². São mais de 422 milhões de pessoas no mundo com a doença, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde)², só no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, são mais de 13 milhões de diabéticos³.

Com sintomas nem sempre evidentes, pesquisas apontam que mais da metade dos pacientes com diabetes nem sabem que sofrem com doença4. E, pior, muitas pessoas ainda associam à patologia exclusivamente à perda de visão e à amputação dos membros inferiores³. O que pouca gente sabe, alerta o Dr. Freddy Eliaschewitz, endocrinologista diretor do Centro de Pesquisa Clínicas CPClin, é que o diabetes está diretamente relacionado a outras graves consequências, como as complicações cardiovasculares e renais³. Para ter uma ideia, o paciente diagnosticado com a patologia tem de duas a quatro vezes mais chances de morrer vítima de um infarto ou de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou de morte súbita devido à insuficiência cardíaca4 . 

Por isso, lembra o Dr. Eliaschewitz, é importante informar a população sobre a doença, ainda mais porque ela está diretamente relacionada a hábitos inadequados de vida, como dieta desequilibrada que leva à obesidade e o sedentarismo, que ainda implicam na hipertensão arterial, na hipercolesterolemia, entre outros fatores de risco.

Mas como tratar a doença? Além da inclusão de hábitos e atividades mais saudáveis de vida, em muitos casos, o paciente tem de recorrer à medicação. Para auxiliar no controle dos níveis de açúcar na corrente sanguínea, a ciência tem evoluído e testado formas diversas de tratamento.

Algumas destas drogas visam diminuir a quantidade de glicose liberada pelo fígado, fazendo com que haja menor quantidade da substância presente no organismo; outras vão bloquear a atuação de uma enzima que causa a liberação da insulina, o que ajuda a metabolizar a glicose5.

Há ainda os inibidores de SGLT2, uma proteína que transporta sódio e glicose, que focam em inibir a reabsorção da glicose pelos rins reduzindo seus níveis no sangue. Este tipo de tratamento, como também reduz os níveis de sódio, ajudam a diminuir a pressão arterial, uma das complicações do diabetes. São, portanto, opções que não só reduzem os níveis de glicose no sangue, como têm efeitos protetores cardiovasculares e renais6.

Também há a aplicação direta de insulina, que vem sendo testada em mais de uma forma de administração. Este tratamento é mais indicado para os pacientes do tipo 1 da doença, que não produzem qualquer quantidade do hormônio, e para aqueles do segundo tipo que não conseguem controlar somente com medicação oral5.

Por terem diferentes tipos de atuação, as formas de tratamento podem ser associadas. Contudo, a prescrição é pensada individualmente pelo profissional médico responsável, que avalia a presença de comorbidades e o perfil de adesão do paciente.7

Categorias: Destaque,Noticias

Comentários estão fechados