Atualmente, há cerca de 12 milhões de brasileiros com diabetes, de acordo com o Ministério da Saúde. A Comissão de Seguridade Social e Família realizou audiência pública (nesta terça feira, 25) para debater a atual situação da pessoa com diabetes no País.
A diabetes é uma doença causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio que promove o aproveitamento da glicose como energia para o corpo. Para a deputada Flávia Morais, do PDT de Goiás, que solicitou a audiência, a burocracia dificulta o acesso dos cidadãos aos medicamentos e tratamentos para a doença.
“Não é só disponibilizar recurso é também avaliar e reavaliar a gestão de redistribuição que faz com que isso não chegue ao paciente”.
A representante do Advocacy Diabetes Brasil, Vanessa Pirolo, ressaltou que muitos brasileiros diabéticos sofrem com o processo burocrático para conseguir insulina. A representante sugeriu que o Ministério da Saúde reavalie a forma de preenchimento de requerimentos nas unidades básicas e no Sistema Único de Saúde.
“Será que esse formulário pode ser reduzido? Pode ser padronizado? Será que precisa realmente passar por um endocrinologista? Na Secretaria Estadual de São Paulo, a prescrição médica precisa ser atualizada a cada 3 meses. Quem tem acesso em 3 meses a um médico no SUS? Sejamos muito sinceros, ninguém tem em 3 meses, é impossível isso”.
A presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa, destacou que é um desafio rastrear e tratar casos de diabetes, além de capacitar profissionais de saúde para cuidar da doença. Hermelinda ressaltou a importância de se criar uma política pública mais focada em diabetes.
“Implementar, concretamente, visando ter sustentabilidade e mais do que nunca, continuidade numa política de Estado de saúde com foco em doenças crônicas não transmissíveis, em especial a diabetes pelo peso epidemiológico que ela tem”.
Segundo a representante do Ministério da Saúde, Sandra Barros, 88% das Unidades Básicas de Saúde disponibilizam medicamentos antidiabéticos. Sandra acatou às sugestões dos especialistas e convidados e afirmou que o ministério vai tentar diminuir a burocracia para liberação de insulina nas unidades básicas.
“Visto pela maioria das pessoas como burocrático, mas para a administração pública visto como necessário porque são valores altamente agregados e precisa de controle, monitoramento e avaliação. Inclusive, isso é recomendado pelos próprios órgãos de controle. Porém, existem etapas dentro da execução desse componente que a gente pode sim melhorar”.
A representante do Ministério da Saúde ressaltou que a pasta está em processo de atualização do Protocolo Clínico de Doenças Terapêuticas, em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Segundo Sandra Barros, a intenção é flexibilizar o protocolo, que entrará em consulta pública em julho deste ano.(Ag. Câmara Notícias)