Deputados e especialistas defendem ações para aumentar presença de mulheres na política

Foram eleitas para a Câmara em 2018 77 deputadas federais, aumentando de 10% para 15% a representação feminina na Casa. Antes, nas coligações, os partidos dividiam a cota de 30% para candidatas mulheres, agora, pela primeira vez, cada partido precisa montar a sua própria chapa. Isso levará a uma corrida para filiação de mulheres dispostas a enfrentar campanhas eleitorais.

Para as deputadas da Bancada Feminina da Câmara, com a mudança, é preciso esclarecer bem os eleitores e fortalecer as candidaturas femininas nas eleições municipais de 2020. Por isso foi realizada uma reunião que contou com a presença de deputados e especialistas, que defenderam ações para aumentar a presença de mulheres na política.

A deputada Aline Gurgel, do PRB do Amapá, que solicitou a reunião, afirmou que a intenção é estender o debate, com experiências e palestras, nos estados e municípios, para incentivar mulheres a participarem de espaços de poder.

“Onde estão as mulheres que querem sair vereadoras, onde estão as mulheres indígenas que um dia querem chegar nesses espaços de poder, onde tem mulheres que querem ocupar, por exemplo, presidências de OAB do país, querem ocupar presidências de Tribunais de Justiça. Nós queremos alcançar essa mulher”.

A modelo, Luiza Brunet, escolhida como 1ª embaixadora do projeto “Mãos EmPENHAdas”, iniciativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, declarou que a presença de mulheres na política é fundamental para melhor compreensão de casos de violência que as mulheres enfrentam.

“A maioria das mulheres já teve algum tipo de violência, não só física, como psicológica, moral, enfim. Então ela vai conseguir compreender e fazer leis que são mais rígidas e empoderem as mulheres, com certeza absoluta, porque é isso que a gente quer, mais mulheres na política para que a gente possa ter uma voz representativa dentro do cenário”.

A deputada Soraya Santos, do PL do Rio de Janeiro, primeira secretária da Câmara, destacou que eventos desse tipo podem trazer à tona a importância da mulher nos espaços de decisão, seja na política ou nas empresas.

“Quanto mais mulheres, por exemplo aqui na Câmara dos Deputados, mais projetos de direitos humanos foram votados. Porque a mulher é assim, quando o assunto é filho, é família, é a dignidade dessa mulher na ascensão da carreira, na melhoria e humanização, por exemplo, da área da saúde. Ela vai pra defender com muita paixão, ela e as outras que as representam”.

A promotora de Justiça, Gabriela Mansur, ressaltou que a presença de mulheres no meio jurídico traz benefícios não só para mulheres, mas para a sociedade como um todo. Para ela é preciso que os cidadãos destruam os estereótipos formados em cima de mulheres e que os partidos políticos sejam mais apoiadores.

“Os partidos políticos que incentivam essa mulher a se candidatar, não abandonem essa mulher após a candidatura. Que eles façam sim um projeto de apoio do início ao fim, porque essa mulher está lá para lutar pelo direito a ser eleita, mas ela não pode ser abandonada, nem do ponto de vista material, financeiro, tão pouco do ponto de vista de apoio, acolhimento e união”.

Segundo a deputada Aline Gurgel, a bancada feminina pretende realizar mais reuniões e eventos para promover a presença da mulher na política, com o objetivo de incentivar a participação feminina nas eleições municipais de 2020.(Ag. Câmara Notícias)

Categorias: Destaque

Comentários estão fechados