Audiência na Câmara aponta para falta de transparência do Planserv

“A nossa luta é para o Planserv voltar a ser o que era e ainda mais forte”, afirmou o vereador Cezar Leite (PSDB) na audiência pública que debateu a atual gestão do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Estaduais. Na discussão ocorrida no auditório do Centro de Cultura da Câmara, na manhã desta segunda-feira (22), os integrantes da mesa de trabalho falaram da queda na qualidade do atendimento e pediram mais transparência do plano de saúde que está sob a gestão da Qualirede.

Conforme o vereador Cezar Leite, requerente do debate, o Planserv vinha funcionando bem e passou a atender com precariedade com o passar do tempo, sobretudo com a mudança da gestão para a Qualirede. “O governo precisa ter boa vontade e queremos celeridade, pois quem sofre são os beneficiários”, frisou.

De acordo com o deputado estadual Capitão Alden (PSL), muitos usuários do Planserv não estão conseguindo marcar consultas médicas. O parlamentar também falou da dificuldade de tratamento dos bombeiros militares baianos contaminados por metais pesados em Brumadinho/MG. Ainda em sua fala, lamentou a ausência de representante do Planserv no debate da Câmara.

Para Agnaldo Bahia, da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia, o cenário de crise do Planserv está relacionado com o sistema de autogestão. Ele cobrou mais transparência e lamentou que “a situação para a população é de desalento”.

Quem também pediu mais transparência da Qualirede foi Leandro Serafim, presidente da Ordem do Médicos. Ele defendeu um Planserv forte e lamentou a ausência de representante do governo baiano.

Pouco investimento

“O governo vem tirando a sua participação no Planserv”, afirmou Júlio Cesar Braga, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia. Ainda em sua fala, informou que o governo baiano investiu o mínimo que é exigido por lei em saúde (12%). Com relação ao Planserv, relatou que o servidor colabora com 75% e o governo vem reduzindo a sua contribuição, ficando muito abaixo de 25% no primeiro trimestre deste ano. “Se o governo quiser sair (do Planserv), que saia de vez”, disse. Segundo Júlio César, a Qualirede gastou R$ 6 milhões do orçamento do Planserv.

A presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia, Ana Rita de Luna, enriqueceu o debate informando que o Planserv atende entre 30 e 40% do mercado privado de saúde. Ela defendeu a atualização da tabela dos honorários médicos, congelada há muitos anos.

De acordo com Robson Freitas, presidente da Associação Brasileira de Medicina da Bahia, o Planserv tem aproximadamente 530 mil usuários. No seu entendimento, a ideia que passa é que querem “transferir o Planserv para alguém”.

O médico Evandro Gouveia, diretor técnico da Cooperativa de Cirurgiões de Cabeça e Pescoço da Bahia, informou que “é impossível trabalhar com tabelas defasadas”. Ele pediu mais engajamento dos usuários do Planserv no debate.

Com um olhar mais pessimista, Hilda Santa Rosa, diretora jurídica do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado da Bahia, apontou para o fim do Planserv, caso permaneça o processo de sucateamento.

Usuário do sistema Planserv, o professor do estado Adalberto Borges frisou que “está havendo uma deterioração do serviço”. Ele relatou a existência de um limite de atendimento por clínica que esgota-se rapidamente e prejudica a todos.

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