Ministro da Educação diz que mudanças na Pasta são “administrativas”

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrígues, disse que as diversas mudanças na pasta são de cunho administrativo, e não político. Ele rejeitou as acusações de influência do pensador Olavo de Carvalho nas demissões e nomeações nos três primeiros meses de governo. Vélez Rodrígues participou de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara, na quarta-feira, 27. Durante mais de cinco horas, o ministro respondeu a questionamentos de cerca de 50 deputados.

“Tenho me pautado, sobretudo, por critérios administrativos, não critérios políticos. Se mencionam o nome de um pensador brasileiro que mora fora, o professor Olavo de Carvalho, valorizo nele as ideias gerais. A ideia dele de formação humanística através da leitura de obras literárias, que não é exclusiva dele, tem muitos outros formadores que têm essa mesma proposta. Só isso. As análises políticas, as brigas políticas do professor Olavo de Carvalho para mim são outros quinhentos, não tomo conhecimento disso.”

Um dos parlamentares que pediu o debate, o deputado Aliel Machado, do PSB do Paraná, disse que a impressão é que o ministro não tem controle do ministério.

“Em menos de três meses, nós temos mais de quinze exonerações em cargos estratégicos e importantes, e seis recuos no Ministério da Educação. Temos notícias que, inclusive, pessoas com influência no governo, de fora do país, acabam controlando os interesses de grupos políticos dentro do Ministério da Educação.”

Aliel Machado citou a exoneração do presidente do Inep, Marcus Vinicius Rodrigues, nesta semana, após publicação de portaria suspendo a avaliação da alfabetização no País. Posteriormente, a portaria foi revogada. O ministro justificou a demissão:

“O diretor do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para preservação da Base Nacional Curricular e fazer as avaliações em comum acordo com as secretarias de Educação estaduais e municipais. Realmente considerei isso um ato grave, que não consultou o ministro”.

Durante a audiência, vários deputados acusaram o ministério de paralisia, como a deputada Tabata Amaral, do PDT de São Paulo. Para ela, o ministro apresentou aos deputados apenas carta de intenções, e não projetos. O líder do Psol, Ivan Valente, de São Paulo, chegou a pedir a renúncia do Veléz Rodrígues durante a audiência, que disse que não vai deixar o ministério.

Deputados governistas, como Professora Dayane Pimentel, do PSL da Bahia, afirmaram que a oposição tenta atribuir ao governo que começou há menos de três meses os problemas da educação brasileira

No debate, o ministro da Educação citou como prioridade da pasta a política nacional de alfabetização. Segundo ele, hoje o ensino superior tem procedência orçamentária sobre a educação básica, e é preciso inverter isso. Além disso, disse que é prioridade o fomento às escolas cívicos-militares, que, para ele, ajudariam a promover a segurança nas escolas. Ele propõe transformar em escola cívico-militar a Escola Estadual Professor Raul Brasil no município paulista de Suzano, onde ocorreu massacre neste mês, mas, conforme ele, ainda não recebeu resposta do governo estadual.

Diversos deputados questionaram o ministro sobre o financiamento da educação e sobre o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação.

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