Criatividade, sonho e estratégia, por Carlos Siqueira e Domingos Leonelli

Economia criativa como estratégia de desenvolvimento e Socialismo Criativo como sonho, utopia moderna e revolucionária. É disso que o Partido Socialista Brasileiro está tratando como primeiro partido político no país a adotar a economia criativa como um eixo estratégico em seu programa. Nesse sentido, será realizado nos próximos dias 21 e 22 de março, em Brasília, o Seminário Internacional de Economia Criativa como Estratégia de Desenvolvimento.

O PSB entende que a esquerda brasileira precisa urgentemente renovar-se política, intelectual e programaticamente. E não poderá fazer isso se não tomar consciência das profundas alterações nos processos produtivos modernos e do surgimento de uma verdadeira sociedade em rede, conforme definição do sociólogo espanhol Manuel Castells.
Em algumas décadas milhões de empregos foram destruídos. Outros milhões (bem menos) foram criados. Capitalismo e Socialismo tomam novas formas e se reestruturam social, cultural e economicamente na nova era do conhecimento.

Parece evidente que o setor mais dinâmico da economia mundial já não é a indústria de transformação. Empresas que produzem informação, tecnologia, produtos culturais e design, inovação enfim, ultrapassaram em faturamento e produtividade as indústrias tradicionais. Equiparam-se e se vinculam ao capital financeiro, formando conglomerados de serviços tecnológicos como cartões de crédito, Uber, AirBnb e outros.

Já em 1997, o primeiro ministro inglês Tony Blair, um dos pioneiros da Economia Criativa, dizia: “o rock and roll gera mais divisas para o Reino Unido do que a indústria siderúrgica”.

Entretanto do “lado de baixo do Equador”, a América Latina incluída, tudo indica que nem os governos, nem os partidos de esquerda, de direita e de centro, se dão conta dessas mudanças. Falamos ainda de tecnologia e cultura como acessórios da economia industrial, sem perceber que esses setores tornaram-se mais importantes do que aqueles aos quais “servia”.

O PSB propõe-se a discutir esses temas neste seminário a partir de um elemento básico para a economia criativa como estratégia de desenvolvimento, “Educação para uma revolução criativa” que será o tema de abertura em palestra da filósofa Viviane Mosé. Outras abordagens, a exemplo da Reforma Urbana Criativa, Indústria e Inovação Criativas, Inclusão Social, Políticas Públicas e Modelos de Governança, serão abordados por algumas das melhores cabeças da economia criativa, como Ana Carla Fonseca, Cláudia Leitão, Lídia Goldenstein, Francisco Saboya, Charles Siqueira e Francesco Farruggia.

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