Diabetes: O que acontece depois do diagnóstico?

Endocrinologista do Hospital 9 de Julho explica quais são as consequências da falta de tratamento do diabetes como problemas nos rins, pés e olhos; Brasil ocupa o quarto¹ lugar entre os 10 países com maior número de diabéticos no mundo

São Paulo, dezembro de 2018 – Sede excessiva, vista embaçada, cicatrização lenta, vontade de comer doce, ou até nenhum sintoma. Assim pode ser o paciente diabético. No Brasil, são mais de 13² milhões de casos da doença, o que representa quase 7% da população. Segundo a Dra. Roberta Frota Villas Boas, endocrinologista do Centro de Rim e Diabetes do Hospital 9 de Julho, esse número tende a crescer. “Boa parte dos brasileiros vivem uma rotina sedentária aliada à má alimentação, o que gera o sobrepeso, característica que geralmente está ligada ao diabetes”.

O diabetes mellitus ocorre quando o pâncreas não produz o hormônio insulina em quantidade suficiente para metabolizar a glicose presente nos alimentos, o que aumenta a concentração dela no sangue. Essa variação da doença também é chamada de diabetes tipo 2. Há ainda o diabetes tipo 1, de origem autoimune e normalmente identificado na infância e adolescência. Neste tipo de diabetes não ocorre a produção de insulina pelo pâncreas.

Segundo a Dra. Roberta, além da deficiência na produção, algumas pessoas podem ter resistência à ação da insulina, que ocorre principalmente em obesos e reflete no aumento das taxas de açúcar no sangue.

A especialista salienta que, se o excesso de glicose não for controlado com uma alimentação saudável, exercícios físicos, medicamentos e acompanhamento médico, o organismo pode ser prejudicado. “Com o alto nível de açúcar no sangue a circulação sanguínea fica prejudicada, o que gera repercussão nas artérias periféricas e em diversos órgãos como os rins” explica a Dra. Roberta. Entre as doenças que podem ser desencadeadas pela falta de tratamento do diabetes estão:

Retinopatia: com o alto nível de glicemia, o funcionamento dos vasos sanguíneos da retina podem ser prejudicados pela sobrecarga nos vasos dos olhos provocando seu deslocamento, podendo levar a sangramentos e descolamento de retina e até uma atrofia (fibrose). A Dra. Roberta alerta que, em casos mais graves, o paciente pode ficar cego. “O diabetes é a maior causa de cegueira em adultos, principalmente se eles não fazem o controle de glicose da forma correta”.

Nefropatia: os rins são responsáveis pela filtragem do sangue para o corpo. Quando existe o excesso de açúcar na corrente sanguínea, há maior dificuldade do corpo em manter o funcionamento dos órgãos, especialmente dos rins por não conseguirem fazer a “limpeza” de forma adequada. Segundo a Dra. Roberta, a nefropatia é uma doença silenciosa e que pode se tornar uma insuficiência renal crônica quando não é identificada e tratada a tempo.

Úlcera nos pés ou pernas: ferida originada pela má circulação sanguínea nas pernas e pés. O Diabetes pode causar a perda de sensibilidade nas extremidades do corpo, que favorece o aparecimento destas feridas e de infecções nos pés com difícil cicatrização por conta do volume de açúcar circulando pelo sangue – isso é chamado de “pé diabético”.

Para evitar o diabetes e suas consequências, é fundamental aumentar os cuidados no estágio de pré-diabetes, quando a alteração da glicemia ainda é considerada leve. “O pré-diabetes é uma condição que, embora seja favorável ao desenvolvimento do diabetes e de outros problemas de saúde, costuma ser reversível com mudanças como uma alimentação balanceada e exercícios regulares” esclarece a Dra. Roberta.

A especialista complementa que os pacientes mais bem-sucedidos no controle do pré-diabetes fazem da dieta saudável e de outras mudanças no estilo de vida uma prioridade. “Além de se afastar o diabetes, os benefícios incluem a melhora do sistema cardiovascular e do controle do peso corporal”.

Fonte:https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf

Sobre o Hospital 9 de Julho: fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital 9 de Julho tornou-se referência em medicina de alta complexidade com destaque para as áreas de Neurologia, Oncologia, Onco-hematologia, Gastroenterologia, Ortopedia, Urologia e Trauma. Possui um Centro de Medicina Especializada com atendimento em mais de 50 especialidades e 13 Centros de Referência: Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional; Rim e Diabetes; Cálculo Renal; Cardiologia; Oncologia; Gastroenterologia; Controle de Peso, Infusão, Medicina do Exercício e do Esporte; Reabilitação; Clínica da Mulher; Longevidade e de Doenças Inflamatórias Intestinais (CDII).

Com cerca de 2,5 mil colaboradores e seis mil médicos cadastrados, o complexo hospitalar possui 470 leitos, sendo 91 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, Centro Cirúrgico com capacidade para até 22 cirurgias simultâneas, inclusive com duas salas híbridas (com equipamento de Hemodinâmica e Ressonância Magnética) e três para robótica, incluindo a Sala Inteligente, que permite a realização de cirurgias em sequência.

Ag:Secom

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