Empreendedores de comunidades carentes expõem negócios no Parque Social

Transformar problemas sociais em oportunidade de negócio tem sido a realidade de muitos empreendedores de comunidades carentes da capital baiana. É o caso de Pedrício Texeira Barros, ou Orni Barros, como é conhecido no Nordeste de Amaralina, onde mora, empreendedor que vem produzindo lixeiras e pranchas de stand up paddle com garrafas pets recolhidas das praias.

Ele e outros nove empreendedores mostraram, nesta quinta-feira (22), como ideias de impacto social podem ser colocadas em prática durante a Rodada de Negócios do Programa Comunidade Empreende (PCE), que ocorreu no auditório do Parque Social. O evento reuniu empresários, gestores de órgãos vinculados à Prefeitura, educadores sociais, além de jovens aprendizes integrantes de projetos.

Na abertura do encontro, a diretora-presidente da ONG Parque Social, Rosário Magalhães, falou que o PCE tem atuado em Salvador desde 2014 com a perspectiva do desenvolvimento local e sustentável. “O programa tem buscado a valorização dos ativos e talentos da comunidade, sempre enxergado os problemas como solução. Negócios que ao mesmo tempo são sustentáveis e tragam melhoria e qualidade de vida para todos”, disse.

“Aliado ao aprendizado, o empreendedorismo é uma grande mola propulsora de desenvolvimento, diante de toda a crise econômica e do quadro de dificuldades”, acrescentou a gestora. O presidente do Instituto Camargo Corrêa, Kalil Farran, frisou que o mundo dos negócios mudou nos últimos anos e agora é a chance das pequenas empresas se destacarem com a geração de emprego e renda.

A rodada de negócios é resultado de seis meses de uma capacitação ofertada pelo PCE, que é desenvolvido no município pelo Parque Social em parceria com o Instituto Camargo Correa e Prefeitura. O programa é destinado a empreendedores ou a pessoas que desejam empreender nas regiões do Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho, região que envolve cerca de 80 mil pessoas. É a terceira área a receber o PCE, que teve a primeira edição no Bairro da Paz (2014-2015), seguida pelo Centro Histórico (2015-2016). Neste ano, mais de 60 empreendedores foram beneficiados com capacitações, que envolvem instrutorias, oficinas, bate-papos e mentorias durante um ano.

Negócios – Os 10 empreendedores que se apresentaram hoje receberão mentorias individuais até janeiro. Todos explanaram características de seus empreendimentos sociais, áreas de atuação, despesas, receitas e contrapartidas. O intuito foi atrair potenciais compradores, investidores e clientes, gerando oportunidades comerciais e de fortalecimento de imagem.

Orni, que é idealizador do“100 Garrafas”, pretende angariar recursos com venda e aluguel das pranchas e lixeiras fabricadas com garrafas pets reaproveitáveis para abrir uma escola de surfe e desenvolver projetos de educação ambiental, voltados para crianças e adolescentes em unidades de ensino e espaços públicos.

Já Alan do Carmo Oliveira é o criador de uma rádio web e do portal de notícias “A Voz do Axé”. Ele contou que espera captar parcerias para ampliar o público com a divulgação de fatos e eventos que acontecem na região de Nordeste de Amaralina. As mídias criadas por ele têm foco na valorização da religião e cultura de matriz africana.

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