Assessor e correligionários de candidata a deputada estadual invade emissora de rádio em Catu

Durante a apresentação do programa Bom dia! Com Jorge Andrade, na Ouro Negro FM, em Catu, distante 78 quilômetros de Salvador, um grupo de correligionários da candidata a deputada estadual Clara Sena – SD, invadiu as dependências da emissora com o intuito de agredir o jornalista e radialista Jorge Andrade.

A invasão foi motivada por matéria publicada na quinta-feira (4) no site do apresentador, giropolitico.com, que versava sobre prejuízos deixados para o município após uma ação movida contra um projeto de pavimentação que atingiria mais de 90 ruas da cidade. A ação foi assinada, dentre outros, pela vereadora e candidata Clara Sena e, segundo dados da prefeitura de Catu, redundou em um prejuízo de 1,6 milhões de reais aos cofres públicos.

No momento da invasão, o apresentador narrava sobre os problemas causados à população pela falta da pavimentação e os casos de doenças de pele e respiratória. Os invasores tinham a intensão de ameaçar a integridade física do comunicador por acreditarem que a matéria e os comentários estavam prejudicando o desempenho eleitoral da candidatada. Com a invasão, a programação foi suspensa até a chegada da Polícia Militar.

Quando o programa voltou a ser transmitido, Jorge Andrade manifestou sua indignação com o fato de ter sua equipe de trabalho ameaçada e, por ameaças, ter seu direito de livre expressão tolhido. Exigiu da candidata que se manifestasse sobre o fato envolvendo seus assessores e correligionários políticos e destacou que sentia sua segurança pessoal ameaçada, registrando que qualquer atentado à sua integridade poderia ser atribuído a grupos ligados à candidatura. O episodio só não tomou contornos trágicos porque o comunicador não estava no estúdio, o programa estava sendo transmito por telefone. Fato que irritou ainda mais os invasores.

Radialista e jornalista há mais de 30 anos, com passagens pelas principais emissoras da região e de Salvador, Jorge Andrade lamentou que em pleno século XXI a democracia e a liberdade de expressão ainda sejam vítimas da truculências e da tentativa de calar vozes que buscam informar a população sobre a realidade dos fatos e sobre as atividades dos políticos que buscam o voto da população que, muitas vezes por falta de acesso a informação, desconhecem fatos que são relevantes para a formação de opinião e, consequentemente, escolhas mais benéficas para as comunidades.

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