BRT esquenta debate entre oposição e situação na Câmara

O debate sobre polêmico projeto do BRT de Salvador dividiu opiniões na Super Terça da sessão ordinária desta terça-feira (22), no Plenário Cosme de Farias. Vereadores da oposição e situação argumentaram sobre a proposta da prefeitura para a cidade. Alexandre Aleluia (DEM) e Téo Senna (PHS) fizeram a defesa. Já Aladilce Souza (PCdoB) e Marta Rodrigues (PT) criticaram.

As questões ambientais e a falta de diálogo com os cidadãos foram questionadas pelas oposicionistas. Segundo a vereadora Aladilce Souza, o próprio relatório da prefeitura sobre o projeto, na página 45, comprova que não há viabilidade para a execução do BRT. “Não existe projeto base e, portanto, não há condição para autorização e liberação de recursos. É um verdadeiro crime ambiental destruir 549 árvores e tamponar três rios. Esse projeto está na contramão de todo o mundo”, argumentou.

Na mesma linha, Marta Rodrigues cobrou a união entre oposição e situação para encontrar a melhor solução para a cidade. “O prefeito está ignorando a opinião popular para esse projeto superestimado. A concepção do BRT não dialoga com as necessidades e com a viabilidade operacional”, criticou.

“Política da melancia”

Um dos escalados pela bancada governista para fazer a defesa da proposta, Alexandre Aleluia questionou a legitimidade das bancadas do PCdoB, PT e PSOL para criticar a proposta. Para o legislador, o posicionamento da bancada da oposição não tem nenhuma base técnica.

“A defesa do verde, do meio ambiente, é só uma desculpa de quem não quer o melhor para a cidade. Fazem a política da melancia. Verdes por fora, mas demostram que são vermelhos PT por dentro. Quem estuda o projeto vê que a destruição de árvores, os valores que questionam não passam de mentiras e falácia. O BRT é um projeto que melhorará a vida das pessoas”, defendeu.

O vereador Téo Senna preparou um dossiê para discutir o BRT e também provocou os oposicionistas. Lembrou de obras do Governo do Estado, que, segundo ele, agrediram o meio ambiente. “Onde estavam quando derrubaram árvores para a construção do metrô? Onde estavam quando destruíram o meio ambiente para fazer a Avenida 29 de março, colocando concreto no Rio Jaguaribe?”, questionou.

Governista, mas ambientalista

Após os comentários dos quatro escalados para discutir o tema, os outros vereadores também puderam debater, segundo acordo estabelecido entre os líderes de bancadas e o presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Leo Prates (DEM).

Chamou a atenção o posicionamento da vereadora Ana Rita Tavares (PMB). Governista, mas ambientalista. A parte verde da legisladora pesou mais. “O prefeito ACM Neto tem que ouvir a população de Salvador. O meio ambiente não pode ser agredido. Modernidade tem que ter respeito ao meio ambiente. Sou da base do prefeito e estou aqui pedindo a ele para ouvir essas pessoas. Temos que ver o impacto disso no futuro”, pontuou Ana Rita.

Também governista, o vereador Kiki Bispo (PTB), tem uma opinião bem diferente. “Com todo respeito, discordo completamente do que falou Ana Rita Tavares. Foram muitas as licenças ambientais para que o projeto do BRT pudesse acontecer”, defendeu.

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