Salvador tem população em situação de rua perto de 17 mil

Em 2017, Salvador tinha uma população em situação de rua estimada entre 14.000 e 17.000 pessoas. Estes dados são da pesquisa “Caracterização das Situações de Violações de Direitos: Mapeamento e Contagem da População em Situação de Rua”. O estudo foi apresentado na manhã desta sexta-feira (4), em audiência pública sobre o tema. O debate no auditório do Centro de Cultura da Câmara Municipal foi requerido pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB).

“Dentre as capitais do Nordeste, Salvador tem o menor orçamento para a assistência a moradores de rua”, afirmou Aladilce Souza. De acordo com a vereadora, o orçamento municipal de 2017 destinou R$ 116.159.149,17 para a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza. “Além de ser um baixo orçamento, quase metade dele é investido na área administrativa da pasta”, pontou a parlamentar.

Ela também destacou a importância do debate. “Os direitos humanos à moradia e condições dignas de vida precisam ser respeitados”, afirmou. Segundo a parlamentar, “é dever do poder público entender as necessidades das pessoas que vivem em situação de rua e construir ações para superarmos essa realidade”.

Homenagem

Logo no início da audiência pública houve um minuto de silêncio em homenagem a ex-moradora de rua e ativista social Maria Lúcia Pereira, falecida em 25 de abril. Uma frase de sua autoria utilizada na mesa do debate dizia que “a rua não é opção de vida, a rua é falta de opção. A rua, na realidade, é falta de políticas públicas, falta de uma conscientização das nossas gestões”.

Em situação de rua, Jailton Santos Araújo, 42 anos, falou de sua realidade. “Vim de Brasília morar com minha ex-companheira. Quando acabou o relacionamento a minha opção foi a rua”. Ele citou suas principais dificuldades: “fome, desemprego e falta de abrigo”.

Segundo a psicóloga Juliana Prates, coordenadora da pesquisa “Caracterização das Situações de Violações de Direitos: Mapeamento e Contagem da População em Situação de Rua”, 13% das pessoas entrevistadas relataram que nunca receberam auxílio institucional. A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Projeto Axé.
Também participaram da mesa de trabalho Henrique Trindade, governador do Distrito 4550 do Rotary E-Club da Bahia; Ezequiel Oliveira, presidente do Rotary E-Club da Bahia; Julieta Portela, representante da Semps; Kadine Bárbara Ferreira Santos, integrante da Secretaria estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre); Henrique Peregrino da Trindade, da Revista Aurora da Rua; Fabiana Miranda, defensora pública; e Andreia Lima, diretora da Organização Social Irmã Dulce (Osid).

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