Sessenta macacos são capturados com suspeita de febre amarela em Salvador

Desde o início de janeiro, 60 macacos foram capturados na capital baiana – 55 mortos e cinco vivos (aparentemente doentes) – para realização de exames laboratoriais de detecção da febre amarela. Os materiais coletados dos animais em Salvador já foram encaminhados para o Laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, referência nacional para esse tipo de análise, para investigação da causa dos óbitos. Em 2017, foram registrados 13 macacos com confirmação de febre amarela em Salvador.

“Normalmente, um cidadão encontra o animal morto ou aparentemente doente e entra em contato com Centro de Controle de Zoonoses, Guarda Civil Municipal, Ibama ou outro órgão competente. Dos macacos mortos, são retiradas as vísceras para análise das causas dos óbitos, já nos vivos são extraídas amostras de sangue para averiguar se há ou não infecção pela febre amarela”, explicou Geruza Morais, diretora de Vigilância à Saúde do município.

Após a identificação dos macacos com suspeita do agravo, equipes do CCZ são destacadas de imediato para os locais onde os bichos foram encontrados para realização do bloqueio espacial com borrifação de inseticida com o intuito de eliminar possíveis mosquitos infectados. “Independente do resultado laboratorial, enviamos imediatamente agentes de endemias para aplicação de inseticida no entorno da localidade onde o animal foi achado. A estratégia visa reduzir as chances de vetores infectados circular, acabando assim com a cadeia cíclica da doença”, pontuou Morais.

A gestora também destacou que assim como os humanos, os macacos são vítimas da febre amarela. Morais esclareceu que matar esses animais, além de ser crime ambiental, prejudica o trabalho de contingência, já que o óbito dos bichos dá a chance das equipes de saúde adotarem medidas de controle capazes de evitar que a enfermidade se alastre. “Felizmente, ainda não identificamos em Salvador nenhum animal morto com marcas de violência ou agressão. É importante que as pessoas estejam informadas que o animal não transmite a doença e é importantíssimo para as autoridades sanitárias”, esclareceu.

Imunização – Por conta do aumento do fluxo de pessoas na cidade, dos casos em humanos notificados este ano em outros estados como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, além dos episódios de macacos mortos ainda com as causas inconclusivas, a Vigilância Epidemiológica convoca as pessoas que ainda não tomaram a dose da vacina a buscarem os postos da rede para evitar a circulação do vírus no município.

Estima-se que pouco mais de 1,2 milhão de indivíduos ainda precisam se proteger contra a doença em Salvador. O imunobiológico é administrado em dose única para o público entre 9 meses e 59 anos. “Sabemos que essa é uma época do ano que pessoas de todas as regiões do planeta procuram nossa cidade como destino turístico, inclusive, indivíduos de São Paulo, estado que vive uma situação aguda da patologia com casos confirmados da doença em humanos e um avanço da epizootias [ocorrência da doença em animais] do interior para capital. Por isso, estamos convocando todas as pessoas que ainda não se vacinaram a realizarem a imunização”, destacou Geruza.

A vacina está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nas 126 unidades básicas da rede municipal. O Ministério da Saúde afirma que a vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Para estes grupos, a orientação é que a pessoa busque ajuda médica, cujo profissional de saúde avaliará o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco de eventos adversos.

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