ACM Neto comemora Dia da Baiana em festa na Cruz Caída

O prefeito ACM Neto participou neste sábado (25) de um ato em homenagem ao Dia Nacional da Baiana de Acarajé, no Monumento da Cruz Caída, na Praça da Sé, Pelourinho. Na ocasião, foi celebrado a regulamentação do ofício das profissionais na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) – documento que reconhece, nomeia, codifica e descreve as características das atividades do mercado de trabalho brasileiro.

A programação começou com uma missa pela manhã na Igreja do Rosário dos Pretos, no Largo do Pelourinho. “As baianas de acarajé são a cara de Salvador e da Bahia. De modo que essa data é um acontecimento importante na cidade”, disse o prefeito, que aproveitou para se deliciar com o delicioso quitute durante a festa no Monumento da Cruz Caída.

Desde o ano de 2005, as baianas de acarajé são reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e em julho deste ano a profissão delas foi adicionado à CBO. Com a inclusão, as quituteiras passaram a assumir a identidade profissional ao realizar cadastros formais para tirar documentos ou se cadastrar como microempreendedor individual. A ação também facilita a criação de cursos de especialização para quem atua na área.

Só na capital baiana, a regulamentação beneficiou cerca de 3.5 mil baianas de acarajé que atuam na cidade, segundo estimativa da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau e Receptivo da Bahia (Abam). O reconhecimento foi fruto do esforço da Secretaria Municipal de Política para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) junto ao Ministério do Trabalho. “Era uma reivindicação que tínhamos desde 2009, depois que eu não pude me cadastrar como baiana de acarajé ao fazer o meu passaporte. Queriam que eu me cadastrasse como cozinheira, mas eu não sou, sou baiana de acarajé. A SPMJ foi quem nos ajudou a alcançar essa conquista”, afirmou a presidente da Abam, Rita Santos.

História –

A comercialização do acarajé teve início ainda no período da escravidão, a partir do século XVI, com as chamadas escravas de ganho que trabalhavam nas ruas para as suas senhoras (geralmente pequenas proprietárias empobrecidas), desempenhando diversas atividades, entre elas, a venda de quitutes nos seus tabuleiros. A relação com a religiosidade era muito forte e a massa era feita no terreiro, de onde a baiana saia com todas as obrigações a serem cumpridas a seu Orixá. Através de um canto tradicional, as baianas chamavam o povo para comprar e comer. Elas diziam a expressão “acará jê” (deakàrà, bola de fogo, e jê, vender) em canto, enquanto vendiam. A partir daí, surgiu o nome.

No final do século XIX, as mulheres tinham a permissão de seus senhores para sair no final do dia, com o tabuleiro na cabeça, protegida por um torço de pano da costa, para comercializar os bolinhos, feitos de massa de feijão fradinho descascado, cebola, gengibre e camarão; fritos no azeite de dendê. Depois da abolição, em 13 de maio de 1888, a tradição continuou. Até meados da década de 70 do século XX, as baianas mantiveram o costume de vender o produto somente à tarde e à noite. Depois que o acarajé conquistou visitantes, passou a ser um dos cartões de visita da culinária baiana e a ser vendido durante o dia.

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