Artigo: Mais Aplicativos e Menos Engarrafamentos – por Cezar Leite

Toda sexta vou para meu trabalho pela manhã com meu carro. Como conheço o caminho, e sempre é o mesmo, ligo o rádio para ouvir notícias, às vezes mensagens de ouvintes sobre o trânsito. As pessoas gostam de compartilhar informações.

Neste dia fiz algo diferente, testei o Google Maps para traçar a rota de minha casa ao trabalho para ver se haveria um trajeto mais curto, porém nada de diferente. No entanto, resolvi manter conectado o aplicativo. Eis que me apresenta a surpresa!

Num determinado ponto da rota, o aplicativo me sugeriu desviar e buscar outro trajeto devido engarrafamento. Achei estranho inicialmente pois não via sinal algum de congestionamento, mas resolvi seguir o aplicativo, e fiz o desvio. Como era numa área na estrada pude identificar logo em seguida, pelo novo trajeto tomado, um intenso engarrafamento no meu caminho de sempre e original. Isto me poupou quase uma hora, cheguei no horário do trabalho, sem estresse.

A automação no gerenciamento de tráfego é uma realidade, bem como uso de aplicativos individuais. O WAZE e Google Maps podem direcionar veículos por trajetos diferentes a depender do fluxo em tempo real e com a participação do usuário, em alguns casos inclusive recebendo bonificações pela contribuição. Saímos da lógica da presença constante da intervenção do estado neste gerenciamento, sem agentes nas ruas, sem barreiras físicas e apitos, para uma participação direta das pessoas por meio destes instrumentos criados pela iniciativa privada. O tele monitoramento vem crescendo em diversas cidades no mundo, reduzindo o efetivo de agentes públicos nas ruas para a fiscalização.

Existem semáforos conectados com estes mesmos aplicativos, com seu tempo de abertura e fechamento da via vinculados ao fluxo em tempo real, sempre com a participação do usuário. O Google não cobra por estes serviços, nem ao usuário e nem ao Estado (imagine se fosse o contrário!), mesmo assim faturou mais de 75 bilhões de dólares em links patrocinados e outras atividades publicitárias. E assim outras empresas podem entrar neste mercado promissor de mobilidade, sem contar com aumento do transporte individual ou compartilhado por aplicativos.

Estes são exemplos do dia a dia, do mundo conectado, de como a iniciativa privada nos ajuda. Contribui para algo que a princípio é ligado a gestão pública, mas que aos poucos provamos que podemos reduzir sua interferência. Agora, pergunte a algum amigo seu socialista, se ele usa algum destes aplicativos.

Como de costume cheguei ao meu trabalho e sabia que não faltaria a notícia de trânsito, informando do congestionamento na via, as pessoas gostam de compartilhar informações.

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