Nesta terça-feira (29), às 19 horas, ocorre uma sessão especial na Câmara Municipal de Salvador em homenagem ao Dia da Visibilidade Lésbica. Solicitada pela vereadora Marta Rodrigues (PT), a data é um marco do movimento das lésbicas no Brasil e tem o objetivo de fortalecer a discussão e a reflexão sobre os estigmas, preconceitos e a lesbofobia existentes em nossa sociedade.
A data surge com a realização do 1º Seminário Nacional de Lésbicas e Bissexuais, ocorrida em 29 de agosto de 1996, no Brasil, e marca uma luta contra a lesbofobia, uma das causas do feminicídio no mundo, agressões físicas e verbais.
Segundo Marta Rodrigues, trazer essa discussão para o âmbito da Câmara Municipal é importante para Salvador, pois aproxima a população do debate em torno dessas questões. A vereadora aponta, ainda, que ao invisibilizar as lésbicas na sociedade, é como dizer que elas não têm importância e não são dignas de atenção.
“Precisamos combater a invisibilidade e trazer a discussão à tona. Uma das violências que as lésbicas vêm sofrendo é o ‘estupro corretivo’. E isso é fruto do ódio por lésbicas, que, no fundo, é uma forma de atacar todas as mulheres. Infelizmente, os lesbofóbicos acham que as lésbicas fogem do que eles acreditam ser o papel específico das mulheres, o de reproduzir, e acham que as mulheres são propriedade privada dos homens, que não podem sentir prazer senão com o pênis”, afirma Marta.
Para Marta, é preciso urgentemente que Salvador também adote políticas públicas voltadas para as lésbicas e fortaleça, dentro dos espaços institucionais, o combate à lesbofobia, inclusive colocando em cargos e espaços de poder as lésbicas. “As lésbicas enfrentam diariamente a misoginia, o sexismo nas diversas esferas: no ambiente doméstico, no trabalho e nos espaços sociais. Elas são, nos debates sobre LGBTfobia sempre deixadas em último lugar, mas na verdade, sofrem violência constante, inclusive letais”, acrescentou.
Uma das principais lutas das mulheres lésbicas é mostrar para a população que a lesbofobia é fruto do machismo e da sociedade patriarcal que não aceita que o desejo da mulher não seja direcionado ao homem. “Há uma invisibilidade da própria sexualidade feminina e isso já foi apontado por muitos estudos. As lésbicas são invisibilizadas porque elas se libertaram das amarras das opressões construídas pelo poder masculino”, refletiu Marta.
