Estudantes apresentam etanol de manga e óleo bi volátil de laranja na Campus Party

Já pensou usar um etanol a partir do bagaço da manga? Os estudantes da rede estadual de ensino descobriram que isto é possível e apresentaram a experiência nesta quinta-feira (10), na Campus Party, na Open Campus, área de acesso gratuito, na entrada principal da Arena Fonte Nova, em Salvador. O dia também foi de protagonismo para os criadores do óleo bi volátil para a hidratação da pele extraído da casca da laranja. Os dois projetos foram desenvolvidos por estudantes de cursos técnicos de nível médio em Química do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) do Extremo Sul, no município de Teixeira de Freitas, e despertaram a atenção de participantes e visitantes do evento.

O estudante Breno Brito, 19 anos, é um dos envolvidos no projeto sobre o etanol do bagaço da manga. Segundo ele, o estudo envolveu análise do teor de açúcar (sacarose, glicose, frutose e galactose) de diversas frutas. “Descobrimos, de uma lista de dez frutas, que a manga era a segunda com maior concentração de frutose. Levamos em conta também a quantidade de água e a sua produção durante todo o ano”.

Aos visitantes, que ficaram entusiasmados com a inovação, Breno explicou como encontrou o tempo adequado de fermentação da fruta até a destilação e o resultado obtido. “Concluímos, com a nossa experiência, que o etanol obtido a partir da manga é algo viável e que, com mais pesquisas e experiências laboratoriais, chegaremos ao teor alcoólico entre 92,5% e 93,8%, que é o correto para o etanol ser utilizado como combustível”, afirmou, entusiasmado com a participação na Campus Party. “Ter um trabalho reconhecido é incrível, mas quando ele chega a um evento do porte do Campus Party, em meio a projetos de todo o canto do país, ganha uma proporção imensurável”.

O professor Henrique Andrade, do Instituto Federal da Bahia (Ifba), que visitava o estande nesta quinta (10), ficou encantado com a ideia. “É a primeira vez que ouço falar em obtenção de etanol através da manga. Achei genial, inovador. Eles têm que patentear e discutir a viabilidade técnica e de comercialização do produto”, opinou.

Casca de laranja

Já a estudante Laissa Chagas, 18, comentou sobre o projeto “Óleo bi volátil para hidratação da pele extraído da casca da laranja”. Um dos destaques é o grande alcance social da experimentação científica, tendo em vista a abundância do fruto na Bahia e as propriedades nutricionais da fruta. “A laranja é riquíssima em propriedades medicinais e a partir de experiências em laboratório chegamos ao processo em que a água se separa do óleo e é alojado em vidrinhos”, detalha.

Orientadora dos dois projetos, a professora Nayara Camargo está orgulhosa pelo reconhecimento das ações desenvolvidas nos âmbitos do Ciência na Escola e da Educação Profissional e Tecnológica da rede estadual. “É um incentivo muito grande para eles e outros estudantes continuarem a desenvolver pesquisas. Este evento oportuniza a eles novos conhecimentos, troca de informações e descobertas interessantes, principalmente para quem pretende ingressar no ensino superior e tem a intenção de pesquisar”.

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