Uma sessão especial na Câmara Municipal de Salvador irá celebrar os 39 anos do Movimento Negro Unificado (MNU) nesta terça-feira (8), às 19 horas, no plenário Cosme de Farias. A homenagem foi requerida pela vereadora Marta Rodrigues (PT) com o objetivo de enaltecer todo o histórico de enfrentamento ao racismo pelo MNU ea construção de um projeto político a partir do povo negro.
Segundo a vereadora, o MNU foi, e continua sendo, fundamental para organizar as estratégias de combate ao racismo na Bahia e no Brasil. Nos últimos anos, aponta ela, o Movimento esteve atuante no papel de fortalecer a luta das mulheres negras por visibilidade e justiça social, pela valorização e atenção aos quilombos e para evidenciar elementos simbólicos do povo negro, como o samba, a capoeira e demais símbolos de sua cultura.
O MNU surge em 1978, em São Paulo, quando um grupo de militantes negros viu a necessidade de defender os frequentes casos de racismo À época, o grupo tinha entre os militantes Milton Barbosa, o professor Abdias Nascimento, Lélia Gonzalez, os irmãos Celso e Wilson Prudente, além do doutor em economia, Hélio Santos, dentre outros.
Marta lembra, ainda, que o MNU, junto com outros movimentos, foi fundamental para diversas conquistas ao longo dos anos no País. “O MNU deixou em 39 anos de luta um legado não só para os negros, mas para todo o Brasil. Graças a ele e outros do movimento negro, que foi criada a Fundação Cultural Palmares, em 1988”, diz.
Em 2008, acrescenta a vereadora, outra conquista para o povo negro foi a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). “Que infelizmente teve todo os trabalhos e as políticas desenvolvidas atreladas ao Ministério da Justiça por causa dos retrocessos do governo Temer, que extinguiu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos”, pontua a vereadora.
Na mesa da sessão, participarão Milton Barbosa, Fundador do Movimento Negro Unificado; Creuza Oliveira, fundadora do Sindicato dos trabalhadores Domésticos na Bahia e presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad); Ana Célia Silva, professora aposentada da UNEB e Escritora; Claudemiro Dias Bulhosa , cordenador Municipal do MNU; Samira Soares, representante da Marcha do Empoderamento Crespo e Crys Barros, representante da Convergência Negra.
