Mais Grafite usa arte para transformar vida de estudantes

Com o objetivo central de estimular a expressão artística dos jovens e também sensibilizá-los para o cuidado com a escola, o projeto Mais Grafite leva mais cor à vida de estudantes da rede estadual de ensino. Nesta sexta-feira (14), adolescentes do Colégio Estadual Carlos Alberto Cerqueira, no bairro de São Caetano, em Salvador, descobriram o prazer de grafitar e assumiram o protagonismo ao colorir o muro do pátio da escola. O projeto é realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS).

“Não é verdade o que falam sobre o jovem não querer participar das modificações políticas. O jovem quer ter voz, quer participar. O contato com o grafite abre a mente deles. Mostra que podem dar opinião. No ambiente escolar, por exemplo, eles passam a ter o sentimento de pertencimento. Eles podem melhorar o ambiente, contribuir com ele”, explica o coordenador de Políticas para Juventude da SJDHDS, Jabes Soares.

A atividade prática foi realizada no período da tarde. Os grafiteiros baianos Bigode e Diogo Galvão apresentarem um pouco da história e dos desafios do grafite pelo turno da manhã. Para o estudante Breno de Andrade, 15 anos, o contato com o grafite contribuiu para a quebra do preconceito e acesso ao conhecimento. “Gostei muito de conhecer. Descobri que pichar e grafitar são coisas diferentes. O piche é vandalismo, enquanto o grafite é arte”, revela o aluno do 6º ano.

Nas escolas, a arte tem sido utilizada como elemento de transformação e inclusão social. De acordo com a vice-diretora da instituição de ensino, Helena Sampaio, o resultado do envolvimento dos alunos com o grafite será importante para a redução da violência. “A arte é algo importante para ocupar o tempo ocioso e levar conhecimento aos nossos jovens. A grafite faz parte disso. Sem dúvida abre os horizontes dos meninos e contribui para a redução da violência”, destaca a educadora.

Expressão da rua

A própria história do grafite gira em torno da transformação. Com a expressão artística, a violência passou a ser superada pela criatividade. “No passado, existia muito dessas coisas de disputa de bairros. Com o grafite, a violência perdeu o espaço. Quem era bom, mostrava pela arte. Um dia você fazia um desenho melhor do que o meu, outro dia eu me superava e te superava. A disputa passou a ser uma constante evolução pessoal saudável”, afirma Bigode.

Para Diogo Galvão, o grafite é uma forma de expressão artística que dá voz a quem não é acostumado a ser ouvido. “O grafite, normalmente, é praticado por pessoas da periferia. Muitos são reprimidos e não colocam para fora o que incomoda. O grafite é essa válvula de escape. O indivíduo se manifesta e responde através da arte”, comenta o grafiteiro. A ação no Colégio Estadual Alberto Cerqueira, em São Caetano, faz parte de uma série de 14 oficinas que serão realizadas na rede estadual até o fim deste ano.

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