Prefeitura disponibiliza rede de atendimento a moradores de rua

Cerca de 3,2 mil pessoas vivem em situação de rua em Salvador, segundo último levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, realizado em 2008. Para mudar essa realidade, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Combate à Pobreza (Semps), executa um conjunto de ações que inclui a realização diária de abordagens sociais e a disponibilização de pontos de apoio e abrigos, com estruturas confortáveis para o acolhimento desse público. De janeiro a abril desse ano, 2.869 abordagens foram realizadas e 1.136 pessoas foram cadastradas pelas equipes da Semps. O cadastro possibilita que o órgão conheça o perfil da população de rua da capital baiana.

A partir dos 1.136 cadastros feitos esse ano, por exemplo, foi possível constatar que a maioria dos moradores de rua é constituída por homens com idade entre 18 e 59 anos. A Semps cadastrou 901 homens e 235 mulheres. Ao todo, 1006 pessoas têm entre 18 e 59 anos, 109 tem entre 0 e 17, e 21 são idosos. O Pelourinho e a Barra são os bairros que mais concentram os moradores de rua, por se tratarem de pontos turísticos de fácil acesso ao comércio informal. Há também ocupação de ruas das Sete Portas, Aquidabã, Piedade, Itapagipe e Rio Vermelho. As atividades mais comuns, relatadas durante as abordagens, são a de reciclador e guardador de carro.

No ano passado, 6.228 abordagens foram realizadas pela Semps, resultando em 1.980 cadastros, dos quais foram ouvidos 1.547 homens e 433 mulheres. Na ocasião, mais da metade dos entrevistados (1.055 pessoas) declararam que faziam uso de mais de uma substância psicoativa, como álcool, crack, cocaína, maconha e cola.

Contato – Diariamente, quatro trios de educadores sociais vão ao encontro do público-alvo, em locais diversos, principalmente nos pontos de maior concentração. Os profissionais da Semps tentam convencer os moradores de rua a deixarem a situação de vulnerabilidade social em que se encontram. Quem aceita a proposta do órgão é encaminhado a um dos três Centros Pop da Prefeitura, onde são recepcionados por assistentes sociais e psicólogos, e encaminhados para as unidades de acolhimento. A Prefeitura dispõe de 12 unidades de acolhimento Institucional – cinco próprias e cinco conveniadas – com capacidade total para 600 pessoas.

Homens, mulheres e crianças acolhidos são acompanhados por uma equipe multidisciplinar que propõe atividades culturais e sociais. Eles também são inscritos em projetos e benefícios socioassistenciais, como o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Cadúnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal), Minha Casa Minha Vida e Auxílio Moradia, além de serem encaminhadas para órgãos onde é possível tirar documentos oficiais, a exemplo da carteira de identidade. Outra importante iniciativa promovida nas unidades de acolhimento é o direcionamento à rede de ensino e de capacitação profissional.

Após processo de reinserção social, aqueles que conquistam autonomia para gerir a própria vida são inseridos no programa Auxílio Moradia, que disponibiliza R$ 300,00 mensais para aluguel de imóvel. Atualmente, 760 moradores de rua recebem o auxílio em Salvador. Os beneficiários são acompanhados pelas equipes dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), até que possam comprar a casa própria ou recebam imóvel do programa Minha Casa Minha Vida.

Sete Portas – Bairro comercial, Sete Portas é também ponto de concentração de dependentes químicos. Na tentativa de mudar o cenário, esta foi a primeira região a receber uma ação de intensificação das abordagens da Semps. Apenas no mês de janeiro, foram abordadas 75 pessoas e 30 cadastradas. O órgão também realizou 18 encaminhamentos: três para unidades de acolhimento, quatro para centros de recuperação, 11 aos CRAS e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

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