Dia Nacional do Reggae leva música, arte, cultura  e muitas cores para a Câmara de Salvador

As cores do panafricanismo deram o tom na sessão especial em homenagem ao dia Nacional do Reggae na noite desta quinta-feira (11), na Câmara Municipal de Salvoador. A sessão foi solicitada pela vereadora Marta Rodrigues.

Músicos,  rastafáris, amantes do ritmo musical – nascido em Gana e popularizado na Jamaica – além de representantes de órgãos estaduais e municipais marcaram presença no evento, que contou com apresentações artísticas e musicais.

Em seu pronunciamento Marta pontuou que está foi a primeira sessão do reggae ocorrida na Casa após quatro anos. A última sessão havia sido também solicitada pela vereadora na penúltima legislatura, quando exerceu seu primeiro mandato.  “Temos que dar continudade a essa sessao todoa os anos  Pois o dia nacional do Reggae foi instituido por decreto da presidenta Dilma por reconhecer a importância  dessa expressao cultural. O Reggae é cultura, reggae é amor, reggae é a resistência e a expressão de um povo que luta pela negritudade e pela justiça social! Salve o reggae”, afirmou.

Na mesa estão a vereadora Marta, o deputado estadual Bira Coroa (PT), o ex-deputado federal Luiz Alberto, Gliberto Leal (coordenador da CONEN), Alexandre Reis (Setre), JusSara Santana  (Aspiral do Reggae), Ailton Ferreira (Sepromi), Jorge Macandau (músico carioca), Chico Assis (Fundação Gregório de Matos), Dj Ras Pel e Vivian (banda Dida).

Para o deputado Bira, a sessão marca a presença negra na Casa e confronta uma sociedade que insiste em colocar o reggae e demais expressões do povo negro em segundo plano.  Já Jussara Santana frisou a necessidade de existir em Salvador a Casa Cultural do Reggae. “Uma tentativa desde 2018. Nós tínhamos uma praça do Reggae,hoje não temos mais” pontuou, se referindo à Praça no Pelourinho, defronte da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

O ex-deputado e integrante do Movimento Negro, Luiz Alberto, fez uma saudação a todos os presentes e dedicou sua homenagem ao músico Bob Marley, responsável pela difusão do reggae no mundo. “Ele foimuito importante para a resistência do povo negro”, destacou.  Gilberto Leal,  Coordenação de Entidades Negras foi no mesmo tom: “Marley construiu uma trajetória de luta singular no mundo e foi significativo para a construção da luta negra”.

Dia Naxional do Reggae – A data foi decretada e sancionada na Lei 12.630 pela ex-presidenta Dilma Rousseff em 2012, trinta e um anos após a morte do músico jamaicano Bob Marley, ocorrida no dia 11 de maio de 1981, em um Hospital em Miami, nos Estados Unidos, consequência de um câncer.

Para vereadora Marta Rodrigues (PT), solicitante da sessão, a homenagem além de ter um caráter cultural, representa mais uma forma de combate ao racismo na medida em que enaltece e valoriza um ritmo musical difundido mundialmente por Bob Marley e com inspiração na religião Rastafari.
 
As raízes do reggae, surgido em meados dos anos 60, se encontram na Jamaica e na década de 70  teve papel fundamental no estabelecimento da paz naquele país, que sofria com a violência causada pelos conflitos de gangues. “Por muito tempo,  o reggae foi  hostilizado por movimentos racistas da nossa sociedade. No Brasil, Dilma teve a sensibilidade de criar essa data e homenagear Bob Marley e esse ritmo que também faz parte da vida dos brasileiros, transmitindo mensagens de paz, amor e justiça social”, declarou Marta Rodrigues.
 
O envolvimento do músico com a filosofia Rastafari o fez se dedicar às canções espirituais e sociais.  As composições – que inspiraram outros músicos –  refletiam sobre questões relacionadas à desigualdade, ao preconceito, à fome e outros problemas sociais.

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