Audiência pública discute propostas para futuro da mobilidade de Salvador

A segunda audiência pública para apresentação das propostas para a mobilidade de Salvador reuniu representantes da sociedade civil, de associações de bairros, equipes técnicas e moradores de diversas localidades da capital baiana, no auditório Carlos Farias, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), na tarde desta terça-feira (14). O evento foi promovido pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), como parte da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Salvador (PlanMob).

Fruto do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Louos), aprovados em 2016, o PlanMob visa estabelecer diretrizes para políticas de mobilidade. Para elaboração do documento já foram realizadas 26 reuniões de escutas setoriais, que envolveram a participação de mais de 60 especialistas, dois workshops e dez oficinas populares nas Prefeituras-Bairro, além de uma audiência e reunião com membros do Conselho Municipal de Transporte. A intenção é que o conjunto de propostas seja implantado até 2049, quando a capital baiana completará 500 anos.

“As propostas que apresentamos nesta segunda audiência contemplam a construção de novas vias, principalmente na área do Centro da cidade, e implantação de novos planos inclinados e teleféricos. São propostas que atendem o critério de acessibilidade e ao crescimento populacional que teremos na cidade nos próximos anos”, explicou o titular da Semob, Fábio Mota. Será o primeiro plano de mobilidade da cidade, cujo processo de elaboração vem envolvendo toda a sociedade.

O diretor de Planejamento de Transportes da Semob, Eduardo Leite, destacou que três vertentes foram consideradas para balizar a produção do PlanMob: transporte coletivo, transporte individual e transporte ativo, que também é chamado de não motorizado. “A ideia é priorizar o transporte coletivo e melhorar a qualidade e o tratamento da cidade em relação ao transporte a pé e para bicicletas. Além disso, diversas intervenções viárias foram planejadas no intuito de melhorar a fluidez do trânsito”, disse.

De acordo com Antônio Luís Santana, diretor do Consórcio TCC-Oficina, empresa que coordena a construção do PlanMob, dentre as principais propostas inseridas no documento estão o reordenamento de todo o sistema de transporte na cidade, considerando a existência de metrô, a construção do veículo leve sobre trilhos (VLT) e a necessidade de dispor de uma rede estruturada de transporte coletivo com ônibus de melhor qualidade.

“Também foi pensado no prolongamento de linhas de Bus Rapid Transit (BRT) e de Bus Rapid System (BRS). São sistemas que têm um nível de segregação na via do ônibus muito grande, fator que possibilita viagem numa velocidade maior, menos interferência no tráfego em geral e mantimento da regularidade e diminuição do tempo de viagem”, pontuou Santana.

Outro ponto citado por ele na audiência foi a implantação de equipamentos para o transporte vertical. “A cidade necessita de equipamentos para facilitar o deslocamento nas subidas de morros e de terrenos elevados, como escadas rolantes, elevadores, ascensores e teleféricos”, afirmou o diretor do consórcio.

Passeios e calçadas – A preocupação com o estado das calçadas da cidade é outra marca do plano. Uma série de intervenções foi pensada para melhorar, de modo geral, a caminhabilidade dos passeios, no intuito de estimular o transporte ativo pelo pedestre.

O PlanMob está previsto para ser concluído até o final do ano. A próxima etapa é a realização de uma última audiência com o Ministério Público estadual, prevista para o fim de dezembro. A apreciação do plano na Câmara Municipal deve ocorrer no início de 2018.

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