Comissão da Câmara aprova instituição do Dia Nacional da Cachaça

Para o relator do projeto na comissão, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), a cachaça é um símbolo da cultura nacional. Se não houver pedido para votação em Plenário, a proposta vai direto para exame no Senado.

A cachaça feita a partir da cana-de-açúcar começou a ser produzida no Brasil pouco depois que os portugueses chegaram por aqui. O problema é que ela disputava mercado com outra bebida destilada, a bagaceira, feita em Portugal a partir do bagaço da uva. Durante muito tempo, os colonizadores tentaram impedir essa concorrência. Até que depois da chamada Revolta da Cachaça, o produto brasileiro foi legalizado, em 13 de setembro de 1661.

Com base nestes dados históricos, o deputado Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina, fez um projeto propondo instituir o 13 de setembro como Dia Nacional da Cachaça. A proposta (PL 5428/09) acaba de ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Para o relator do projeto na CCJ, deputado Alceu Moreira, do PMDB do Rio Grande do Sul, a cachaça é um símbolo da cultura nacional.

“Como ela foi inventada no Brasil, ela foi melhorada no Brasil, ela se transformou numa cultura, assim como o uísque é escocês, a cachaça é brasileira.”

Tanto o relator na Comissão de Constituição e Justiça quanto o autor do projeto justificam a homenagem com números sobre a produção e a exportação da popular “pinga”. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça, Ibrac, o País produz anualmente por volta de 800 milhões de litros da bebida. Entre os maiores fabricantes, estão São Paulo, Pernambuco, Ceará e Minas Gerais. 90 por cento da produção é legalizada e há mais de 4 mil marcas registradas no Ministério da Agricultura. No ano passado, 54 países compraram o produto brasileiro, gerando uma renda de quase 14 milhões de dólares. Os principais importadores foram Alemanha, Estados Unidos e Paraguai. Mesmo assim, há quem não veja com bons olhos a instituição de um Dia Nacional da Cachaça. O deputado Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, ressalta que não tem nada contra quem produz ou bebe a aguardente de cana. Mas não concorda que uma data nacional exalte a bebida.

“É um dia que propõe estimular o consumo da cachaça, do álcool, eu aprovaria se fosse um dia de reflexão e de combate ao alcoolismo.”

Como já passou pelas comissões da Câmara, se não houver pedido para votação em Plenário, a proposta vai direto para exame no Senado.(Radio Câmara) Foto: Reprodução

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