“Destino da área do antigo Aeroclube precisa ser debatido com a população”, diz Marta Rodrigues

Para a petista, a população deve ficar atenta para que a cidade não perca um espaço de 240 mil metros quadrados, mais uma vez, para a iniciativa privada com a criação de um espaço de eventos.

O gerenciamento das medidas pós-rescisão do contrato com o Consórcio Parques Urbanos e a prefeitura de Salvador, que iria construir um centro de compras e um parque no antigo Aeroclube, precisa ocorrer de forma democrática e participativa para que a população não perca mais um espaço público para a iniciativa privada É o que afirmou, nesta segunda-feira (24), a vereadora Marta Rodrigues (PT), para quem as dívidas tributárias e as penalidades da concessionária precisam ser absolutamente transparentes e de fato executadas “sob pena de expor ainda mais a promiscuidade público privada na capital baiana”.

Para a petista, o fato do contrato ter sido rescindindo por falta de cumprimento do Consórcio, não isenta a prefeitura da culpa em relação ao abandono do local, que está à deriva e deixando inutilizada uma área de 240 mil metros quadrados que poderia servir de lazer e cultura para a população. Isso porque, acrescenta ela, a área foi concedida ao consórcio em 2013 para a construção do empreendimento comercial tendo como contrapartida a construção de um parque de lazer. “ Não aconteceu nem um, nem outro. A prefeitura não fiscalizou e entregou um patrimônio municipal para a iniciativa privada durante anos. O compromisso com o povo não é da concessionária, é do atual prefeito, que se comprometeu a dar uma utilidade recreativa ao assumir seu primeiro mandato e até agora não cumpriu”, recorda Marta.

Marta lembra, por exemplo, que este último contrato sequer se diferenciou do anterior, repetindo os mesmos erros, como destinar uma área verde e de lazer para a construção de um centro de compras de alto padrão. “Já se configurava desde sempre como uma proposta excludente. Um shopping em frente a um dos bairros pobres da cidade, cujos moradores sofrem com a falta de infraestrutura e de lazer apropriado”, afirmou.

Ainda conforme a vereadora, o Executivo Municipal, ao firmar o contrato, desconsiderou também o artigo 280 do PDDU, onde diz que “projetos urbanísticos devem contemplar a conservação e valorização dos atributos naturais e construídos de cada parque, estruturando os espaços e equipamentos para o lazer e a recreação das comunidades circunvizinhas, observando o perfil sóciodemográfico e as características culturais predominantes”.

Com base no que é definido pelo artigo é possível, acrescentou a vereadora, concluir que a construção do Aeroclube jamais dialogaria com o previsto no Plano. Além disso, pontuou Marta Rodrigues, com o dinheiro perdido por dívidas não pagas pelo Consórcio seria possível investir em áreas de lazer para a população da região. Em 2007, por exemplo, ainda na gestão de João Henrique, uma dívida de R$ 35 milhões do Aeroclube foi perdoada.

Em 2013 também foi feito um acordo para o pagamento de R$ 10 milhões de dívidas de IPTU, entre o consórcio e a Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), à época sob o comando de Mauro Ricardo. Nessa ocasião abriu-se mão de recursos públicos sob a alegação de que o município também devia ao consórcio.

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