“O Senado está votando o enterro dos direitos trabalhistas”, diz Lídice da Mata

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse nesta terça-feira (11) que os parlamentares governistas estão promovendo o enterro dos direitos trabalhistas ao votarem reforma homônima no Senado Federal. Segundo a socialista, o texto enviado pelo presidente Michel Temer, que não foi mudado pelos relatores do projeto no Congresso, enfraquece a Justiça Trabalhista e precariza as relações entre empregados e empregadores.

Lídice atacou pontos como o trabalho intermitente, a possível extinção da licença maternidade, redução do horário de almoço, impede a regularidade da amamentação e disse dificulta o acesso dos trabalhadores à Justiça, dentre outros artigos que ela classifica como extremamente prejudiciais aos brasileiros.

Em seu discurso, a senadora baiana também criticou o esvaziamento das galerias do parlamento para a votação de um projeto que gera grandes impactos negativos para a Nação. “Assisti um seriado de TV e vi as galerias do Congresso cheias na campanha das Diretas Já dos anos 1980 e agora vejo uma casa de debate completamente distante do povo”, exclamou.

A senadora também afirmou que os parlamentares favoráveis à Reforma Trabalhista se ajoelham para o mercado como se ele fosse um Deus e aconselhou: “Pensem no povo, que trouxe cada um dos 81 senadores e que repudiam essa atrocidade. Não é possível impor isso à Nação”.

Lídice ainda criticou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou não haver necessidade da existência da Justiça Trabalhista e que a casa que lidera funciona para votar os interesses do mercado. “Aqui os senadores votam a favor dessa reforma com a consciência tranquila, como se estivesse fazendo algo positivo, confiando no veto do presidente para seis itens. Quem garante que esse presidente vai fazer alguma coisa, quando ele tem o próprio mandato ameaçado?”, questionou a senadora.

Ela lembrou ainda que nos países em desenvolvimento que fizeram reformas semelhantes houve precarização do trabalho, com menos salários, mais horas trabalhadas e menos direitos. “Ninguém aqui é contra os empresários, mas a lei não pode pender só para um lado, pois assim voltaremos ao tempo da escravidão”, finalizou.

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