Pais de Salvador congelam as células-tronco do dente de leite dos filhos

Promessa de cura para diversas doenças, como diabetes tipo 1, Alzheimer, doenças cardíacas, entre outras, muitos têm optado por congelar o material devido o potencial revolucionário dessas células para a medicina regenerativa. Ainda muito desconhecida pelo população, as células-tronco encontradas na polpa dental possuem grande capacidade de se transformar em diversos tecidos do nosso corpo, como osso, cartilagem, músculo, pele e até mesmo órgãos, muito diferente do material extraído do cordão umbilical, que hoje só pode ser utilizado no tratamento de doenças sanguíneas.

Especializada em armazenar exclusivamente as células-tronco da polpa dos dentes de leite, órgão que será naturalmente perdido pelas crianças entre os seis e 12 anos, a R-Crio é um dos principais Centros de Tecnologia Celular do país, regulamentado pelo Conselho Federal de Odontologia e Anvisa para atuar nesse segmento — tendo o estado de Bahia como o seu terceiro maior mercado em todo o Brasil, atrás apenas de São Paulo e Espírito Santo. Gostaria de aproveitar o aumento na procura dos pais pelo serviço para falarmos sobre a importância de se congelar o material.

Apenas para contextualizar, hoje existem mais de cinco mil testes clínicos com células-tronco sendo realizadas no mundo, em estágio avançado, sendo que boa parte deles com células extraídas a partir da polpa dos dentinhos de leite. Esse é o caso, por exemplo, da pesquisadora brasileira Daniela Bueno, do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, que utiliza essas células para fazer “nascer osso” na boca de crianças que possuem a fissura lábio palatina ( quando o indivíduo nasce com uma fissura na região do lábio e/ou céu da boca). Ao invés da especialista retirar um pedaço do osso da bacia para enxertar na boca de crianças que possuem a malformação (técnica dolorida e mais utilizada no mundo), ela enxerta apenas um biomaterial enriquecido com células do dente de leite. Ao todo, cerca de 18 crianças já passaram pela técnica que ainda está em fase de estudo clínico, sendo que todas elas tiveram a fenda fechada por completo, com a formação do osso de forma espontânea e natural.

Esse é apenas um dos exemplos bem sucedidos com as células-tronco do dente de leite. Hoje, também já existe no Brasil uma pesquisadora que utiliza essas células para estudar novos medicamentos para crianças autistas, por exemplo. No caso da R-Crio, temos tanto casos de pais que armazenaram as células-tronco dos filhos visando a possível cura de alguma doença, assim como aqueles que guardaram o material para que o filho possa viver mais e com maior qualidade de vida, já que no futuro várias técnicas deverão ser homologadas.

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